Só 36% dos retalhistas está activamente a trabalhar no processo de digitalização

O estudo “Retalho 2021 – A Metamorfose do Retalho”, da plataforma de pagamentos Adyen, revela que os hábitos dos consumidores portugueses sofreram alterações devido à pandemia da Covid-19 e que, em consequência, os retalhistas têm em vista uma maior digitalização dos negócios.

Através de dados retirados de uma análise a 102 retalhistas nacionais e a mais de mil consumidores, a Ayden salienta que, com a chegada da pandemia, os consumidores assumem ter mudado a forma como fazem compras, tornando-se mais cautelosos e exigentes: 27% mostra preocupação com a possibilidade de ter de esperar em longas filas e sente que as lojas se devem adaptar às suas exigências. Quase nove em cada dez inquiridos deixaram de fazer compras em lojas com cujo serviço não estavam satisfeitos.

Desta forma, os estabelecimentos terão de explorar novos modelos de negócio, especialmente no que concerne a sua estrutura de modo a satisfazer as exigências dos utilizadores. De facto, 36% dos retalhistas inquiridos tem uma estratégia formal, estando activamente a trabalhar no processo de digitalização, sendo que 28% está na fase de planificação de estratégia.

Juan José Llorente, country manager da Adyen em Portugal e Espanha, afirma que «é interessante observar como os conhecimentos tecnológicos dos consumidores aumentaram à medida que o seu nível de exigência crescia. O isolamento, a distância social e as diferentes restrições forçaram as empresas portuguesas a amadurecer e a investir mais dinheiro e esforço nos processos para levar a cabo a sua transformação digital».

No que concerne aos hábitos de pagamento dos consumidores, 44% costumava preferir pagar em dinheiro, mas, desde a pandemia, os cartões ou carteiras digitais passaram a ser a escolha e 25% vai mais longe, ao dizer que já não utiliza cartões físicos, uma vez que confia no dispositivo móvel. Nesse sentido, 64% gosta de poder escolher entre vários métodos no momento da compra e metade acredita que os retalhistas devem facilitar a sua escolha, o que leva a uma necessidade de estes oferecerem aos consumidores o método de pagamento que preferirem para que o processo de checkout decorra sem problemas.

A tecnologia para melhorar a experiência de compra é outro dos factores que passaram a ser decisivos para os consumidores: 23% pensa que as empresas precisam de tornar a experiência de compra mais interessante através, por exemplo, de experiências de Realidade Virtual, de cafés em lojas ou de eventos/actividades especiais. E os retalhistas parecem estar cientes disso, sendo que sete em dez estão conscientes da importância de implementar experiências digitais nas suas lojas.

Entre a facilidade de pagamento e a digitalização dos espaços físicos, a preocupação com a sustentabilidade não fica de fora: 42% dos inquiridos diz que a ética de um retalhista é agora mais importante para eles como resultado da pandemia e um terço mostra maior propensão para comprar a retalhistas com fornecedores ou cadeias de fornecimento éticos.

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