Depois de um período de soft opening, já abriu oficialmente as portas o Quack Shack, um restaurante no bairro de Alvalade, em Lisboa, dedicado exclusivamente a hambúrgueres à base de pato.
Localizado na Rua Marquesa de Alorna, n.º 27 C, o projecto junta o chef Rodrigo Castelo, distinguido com estrela Michelin pelo restaurante Ó Balcão, em Santarém, e os empresários e amigos de longa data João Seabra e Nuno Pimenta. O objectivo passa por “elevar um clássico da street food a uma experiência gastronómica diferenciadora”.
Já a carta inclui várias opções de hambúrgeres de pato, batatas fritas, Quackettes (croquetes de pato produzidos a partir das aparas da carne), a sobremesa ribatejana mini-pampilhos, entre outras opções, sendo que o ticket médio ronda os 12 euros.
Em entrevista à Marketeer, Rodrigo Castelo apresenta este projecto e aborda a estratégia para conquistar o paladar dos portugueses com esta proposta diferenciada.

A hamburgueria Quack Shack já abriu portas em Lisboa. Como e em que contexto surgiu este projecto? E como se conheceram os sócios/fundadores?
O Quack Shack nasceu de um desafio que os meus dois sócios, Nuno Pimenta e João Seabra, me fizeram. Durante uma conversa no meu restaurante [Ó Balcão], surgiu a ideia de criar um espaço totalmente dedicado a hambúrgueres de pato. Inicialmente, cada um de nós tinha uma visão um pouco diferente sobre o conceito, mas rapidamente chegámos a um consenso: queríamos algo único, saboroso e que valorizasse a qualidade da carne de pato. O nosso objectivo é oferecer o melhor hambúrguer de pato a nível nacional, adaptado ao paladar dos consumidores portugueses.
Porquê criar um conceito de hambúrgueres de pato? Como se distinguem dos hambúrgueres tradicionais (de vaca) e que desafios representam ao nível da confecção?
Pessoalmente, sempre gostei muito de carne de pato e, em conjunto, quisemos desenvolver algo diferente, fora do que se encontra nas hamburguerias de Lisboa. O pato é uma carne muito rica nutricionalmente e, além disso, não precisa de aditivos ou conservantes para ligar todos os elementos. Compramos o pato inteiro no talho e garantimos que nada se perde: as aparas tornam-se croquetes e os ossos, caldos.
No entanto, um dos principais desafios é manter a carne saborosa e suculenta, garantindo que está bem passada, como exige a segurança alimentar por se tratar de uma ave. Para isso, misturamos-lhe a própria gordura do pato, o que confere ao hambúrguer um ponto e um sabor únicos, claramente diferentes dos hambúrgueres de vaca que a maioria das pessoas conhece.
Qual o posicionamento do espaço: fast food gourmet, cozinha de autor ou um misto de ambos?
Diria que é um misto de ambos. Não somos fast food, porque todos os nossos ingredientes são frescos e cuidadosamente seleccionados para garantir qualidade e um sabor autêntico ao nosso hambúrguer. Por exemplo, utilizamos alho francês cru apenas passado por água e laminado, pickles de pepino e laranja feitos por nós e até a nossa manteiga de alho e salsa é caseira.
O hambúrguer é elaborado com atenção ao sabor e à textura, e adicionamos algum toque de “gordura” com o queijo americano. Assim, conseguimos criar um equilíbrio entre qualidade e prazer, que aproxima o conceito de uma cozinha mais cuidada.
Que propostas se destacam na carta do Quack Shack? E qual o ticket médio?
Entre as nossas propostas, destaco o Quack Signature, por 12,90 euros, com pão crocante estilo croissant, pickles de laranja e pepino, alho-francês, cebola confitada e queijo americano. O Quack Burger, que custa 9,90 euros, é mais simples, mas igualmente saboroso, com pão brioche, hambúrguer de pato, queijo americano e cebola confitada. Para quem quiser um hambúrguer extra, pode optar pelo Quack Burger Double, pelo valor de 11,90 euros. Por isso, o ticket médio ronda os 12 euros, ou um pouco mais, no caso do cliente optar pelo combo que inclui as batatas fritas e a bebida.
Nos acompanhamentos, temos as nossas batatas fritas, os Quackettes, que são croquetes de pato, e também a nossa cerveja, em parceria com a Musa. Para terminar, apostámos apenas numa sobremesa, os mini-pampilhos da pastelaria Bijou, tradicional de Santarém, que, na minha opinião, dão um toque especial ao nosso menu.
Sendo um conceito diferente do habitual, terá que haver um esforço adicional de comunicação para conquistar consumidores? Qual a estratégia a este nível?
Sim, como o Quack Shack é um conceito diferente, é importante fazermos um esforço extra para chegar aos diferentes públicos. Estamos a trabalhar em várias frentes: assessoria de imprensa, marketing digital e parcerias com influencers, para dar a conhecer o nosso projecto. Além disso, vamos organizar um evento de inauguração oficial, que vai permitir que um grupo restrito de pessoas experimente o nosso Duck Burger em primeira mão e conheça o espaço. Quem nos quiser acompanhar pode seguir as nossas redes sociais, no Instagram e no TikTok, em @quackshackpt.
Como é que o Quack Shack vem complementar o portefólio do chef? A que novos públicos permite chegar?
Como já referi, este é um projeto que criei com os meus dois sócios que, entretanto, se tornaram grandes amigos e acredito muito na sua abordagem inovadora. Vou estar presente com regularidade, embora não atrás do balcão. Formei a equipa e estão totalmente preparados para garantir a experiência Quack Shack, por isso o espaço não depende da minha presença na cozinha para funcionar.
Quero que qualquer pessoa possa experimentar e surpreender-se com o nosso hambúrguer e reconhecer a qualidade dos produtos e da própria carne. É uma forma de chegar a novos públicos que talvez não conhecessem a minha cozinha antes, ao mesmo tempo que mostramos que uma experiência gastronómica de qualidade também pode ser descontraída e acessível.
Que expectativas para este projecto neste primeiro ano de implementação? E já têm planos para a expansão do conceito?
Queríamos um espaço localizado num bairro com boa visibilidade e bem servido por várias plataformas, e Alvalade pareceu-nos o ponto de partida ideal para o Quack Shack. Neste momento, o objectivo é lançar com sucesso no bairro de Alvalade e criar as bases para uma expansão do negócio. No futuro, queremos abranger outros bairros da cidade e, correndo bem, expandir a nível nacional.
Texto de Daniel Almeida
*O jornalista escreve segundo o Antigo Acordo Ortográfico














