Retalho é o sector mais exposto ao impacto da pandemia de COVID-19

Embora o volume de negócios no comércio a retalho alimentar tenha registado apenas ligeiras quebras em Abril e em Maio, o cenário geral do retalho não é tão optimista. Segundo a Worx, os dados do INE mostram que o sector apresenta as maiores quebras no consumo e confiança do consumidor desde que há registo (cerca de 35 pontos em Abril).

“O retalho foi particularmente prejudicado pelo período de confinamento ao restringir a mobilidade e confiança do consumidor, provocando uma natural quebra no consumo”, indica a consultora em comunicado, sublinhando que o retalho não alimentar é mesmo o que mais sofre.

Olhando para as rendas no sector do mercado imobiliário, a Worx indica que o segmento prime voltou a registar, no primeiro semestre deste ano, os mesmos valores do final de 2019. Contudo, face ao homólogo de 2019, apenas o comércio de rua em Lisboa e no Porto registaram subidas (de cinco euros por metro quadrado por mês). Lisboa apresenta hoje 140 euros por metro quadrado por mês, ao passo que o Porto chega aos 70 euros.

“Em Lisboa, com a excepção para uma ligeira descida em 2011, a renda prime tem traçado uma trajectória ascendente, fruto do crescimento e atractividade do comércio de rua em Lisboa”, adianta ainda a consultora. Verifica-se uma variação anual de 65p.p. em relação à última crise financeira.

Quanto aos centros comerciais e retail parks, os valores de renda prime mantêm-se, “mas poderão vir a sofrer uma pressão descendente no curto prazo”. A Worx justifica esta possibilidade com o facto de estarem associados a estabelecimentos altamente expostos à pandemia.

No sentido inverso, encontra-se o mercado prime no comércio de rua, “prevendo-se que este não seja tão afecado pela crise”, já que a oferta é limitada e “alvo de muita procura ao longo de todos os ciclos do mercado”.

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