Apenas 8% das pessoas que trabalham em agências de publicidade no Reino Unido têm mais de 51 anos, mas 33% têm mais de 50 anos na população ativa em geral — uma descoberta importante de um novo relatório da IPA que recomenda a tomada de medidas para tornar o setor publicitário mais inclusivo em termos de idade.
Está na hora de um novo “Age Thinking” que explore o desequilíbrio de idades na publicidade e reúna ideias para diminuir a diferença de idades e reter talentos mais velhos e experientes.
Entre 2021 e 2024, a taxa de despedimento nas agências criativas aumentou de 6,9% para 16,1% e triplicou nas agências de comunicação social, passando de 2,5% para 7,2%, de acordo com os últimos dados do Census do IPA.
19% das mulheres, entre os 50 e os 64 anos, são economicamente inativas porque cuidam da família ou da casa, em comparação com apenas 8% dos homens.
Os fatores mais importantes na escolha de um novo emprego para as pessoas dos 50 aos 64 anos foram o trabalho flexível, seguido de um bom salário.
A etnia agrava ainda mais o preconceito de idade, com o relatório a afirmar que um jovem britânico branco tem 16% mais probabilidades de conseguir uma entrevista de emprego do que um homem britânico branco de 50 anos e 29% mais probabilidades do que uma mulher negra britânica de 50 anos.
83% dos executivos globais acreditam que uma força de trabalho multigeracional é essencial para o crescimento e o sucesso, mas apenas 6% implementaram práticas de recrutamento imparciais, segundo a AARP, uma organização norte-americana que representa pessoas mais velhas.
O preconceito de idade é uma das “áreas mais negligenciadas quando se trata de mudanças políticas”, refere o relatório.
Recomendações
O relatório apela aos líderes e aos profissionais de publicidade para que considerem cinco estratégias:
Design para a inclusão: os entrevistadores devem evitar as suposições de idade; os líderes precisam de promover culturas inclusivas através do diálogo e do compromisso.
Repensar o modelo comercial: os profissionais experientes podem oferecer estabilidade e insights durante uma economia desafiante.
Incentivar a colaboração intergeracional: criar equipas intergeracionais através de mentoria e eventos sociais; permitir que as pessoas escolham o seu estilo de comunicação preferido pode ajudar a preencher lacunas.
Formar e qualificar: incentivar a aprendizagem intergeracional; elaborar planos de desenvolvimento e aprendizagem flexível; e reconhecer que a progressão na carreira também pode ir para o lado errado.
Aplique a empatia e tome medidas: tenha políticas atualizadas e tente rastrear os percursos pós-emprego daqueles que têm mais de 45 anos para elaborar estratégias mais inclusivas.
O relatório da IPA sublinha que a discriminação etária é muitas vezes invisível. Aqueles que relataram o preconceito de idade mais forte foram os que tinham deixado a indústria da publicidade e estavam a tentar regressar. Na verdade, a maioria das pessoas com mais de 45 anos que trabalham em publicidade são freelancers, o que as torna ainda mais invisíveis.
Talvez seja, em parte, por isso que a publicidade sub-representa especialmente as mulheres mais velhas.
Um relatório recente da The Behaviours Agency revelou que 69% das mulheres com mais de 45 anos se sentem “invisíveis” para os anunciantes. Se o setor em si é composto maioritariamente por pessoas com menos de 50 anos, não é surpresa que exista um problema de representatividade.