Portugueses gastam mais mas consomem menos

O mercado português de Bens de Grande Consumo registou um aumento 2,8% em valor, no total do ano passado. Olhando para a evolução termos de volume, porém, verifica-se uma desaceleração no consumo, o que significa que os portugueses estão a gastar mais mas a comprar menos.

A subida no valor pode esta relacionada com categorias ou produtos com preços mais elevados, dando origem a um efeito-preço positivo. «É necessário ter em consideração que, embora se continuem a verificar bons crescimentos em valor, sustentados pelo efeito-preço, o mesmo crescimento não se verifica em volume. O panorama em Portugal continua positivo, mas a tendência é de abrandamento», sublinha Ana Paula Barbosa, Retailer Vertical director da Nielsen.

Quanto à confiança dos portugueses no mercado, o último trimestre de 2018 mostra níveis de optimismo superiores aos europeus: o grau de confiança entre os consumidores portugueses totalizou 87 pontos, mais três do que a média europeia.

Portugueses estão a gastar mais fora de casa

Em 2013, 38% dos portugueses assumia que não lhe sobrava dinheiro após o pagamento das despesas iniciais e eram muito poucos os que o gastavam em actividades de lazer. No último trimestre do ano passado, por outro lado, 26% gastou dinheiro com entretenimento fora de casa, 25% com férias e 23% com roupa.

Regista-se também um aumento da compra de produtos de gama mais premium, em resposta a um estilo de vida cada vez mais preenchido e a procura por uma vida equilibrada e feliz, de acordo com a Nielsen.

«O mercado deve ter em conta que será cada vez mais difícil crescer em volume. A população não está a aumentar e os consumidores têm mais dinheiro para gastar, estão mais confiantes e fazem mais refeições fora de casa. Desta forma, a maior aposta de crescimento deverá ser a partir do efeito-preço», adianta Ana Paula Barbosa, deixando ainda um alerta aos retalhistas: é preciso reduzir a dependência das promoções que, em 2018, atingiram 46% das vendas.

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