Porto: «Uma cidade aberta às novas tendências»

«Estes eventos, ao contrário daquilo que vem sendo afirmado pelos responsáveis governamentais, têm um enorme impacto no aumento da permanência dos turistas nas nossas cidade.»

Uma semana depois da apresentação do Caixa Ribeira que se vai realizar no Porto a 12 e 13 de Junho, Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, abriu as portas da Câmara para apresentar as novidades deste ano para o Nos Primavera Sound que se realizará pelo quarto ano consecutivo. O evento decorre entre 4 e 6 de Junho no Parque da Cidade, no Porto. À margem da apresentação a Marketeer falou com Rui Moreira sobre a aposta nestes grandes eventos culturais.

Qual a importância destes festivais – Nos Primavera Sound e Caixa Ribeira – para a marca Porto?

A afirmação da marca Porto passa por isto, uma afirmação cosmopolita da cidade, mostrarmos aquilo que temos de melhor. Neste caso é a associação do melhor que há na música, de um festival internacional ao Parque da Cidade. Há uma vivência completamente diferente da cidade, virada para o futuro, para as novas gerações, mas ao mesmo tempo dá esta imagem de tolerância do Porto até pela forma como o festival se desenrola. E é um festival muito seguro, em que associamos crianças, este ano há inclusive um programa muito especial para elas duas semanas antes. Existe ainda o programa do Passeio das Virtudes, onde vamos ter uma parte que é aberta à população que não pôde comprar bilhetes. Acho que isso marca muito esta imagem que a cidade quer ter: uma cidade aberta às novas tendências, aberta ao mundo.

É importante na captação de turistas internos e externos?

Sim. Muito importante. Número que temos do ano passado são impressionantes em termos de retorno directo são qualquer coisa como 15 milhões de euros. Mostra que vale a pena. E depois estes eventos, ao contrário daquilo que vem sendo afirmado pelos responsáveis governamentais, têm um enorme impacto no aumento da permanência dos turistas nas nossas cidade. E isso é muito relevante. Nós estamos próximos das três noites por turista e temos expectativa de ir mais além. E é aí que hoje as cidades concorrem entre si. Depois dar uma visão urbana da cidade. Quando muitas vezes a visão que tentam vender do Porto é uma visão suburbana que a mim me choca. Não tem nada a ver com o Porto que as pessoas conhecem.

Qual a importância para a população local?

A população adora. No ano passado introduzimos pela primeira vez uma parte gratuita nas Virtudes para aqueles que não podem comprar bilhete. Mas as pessoas fazem das tripas coração para ir a este festival. E isso nota-se muito. Também contribui para a sua auto-estima. A cultura, e isto faz parte da nossa política de cultura e de lazer, tem a ver com isso, com o sentimento das pessoas se sentirem confortáveis e ao mesmo tempo terem alguma vaidade e algum orgulho daquilo que se faz na cidade e poderem mostrar.

O Caixa Ribeira insere-se nesta estratégia?

O Caixa Ribeira não tendo esta dimensão é muito interessante porque é uma ligação do fado e do Porto. O fado está muito associado a Lisboa, mas hoje é Património da Humanidade e o Porto sempre teve tradições do fado. Vai ser para um público diferente, mas eu espero que haja mais jovens no Porto que descubram o fado através do que vai acontecer na Ribeira.

Texto de Maria João Lima

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