Por Sandra Silva, Presidente do Instituto Português de Venda Direta
Estamos a viver uma transformação silenciosa, mas profunda, na forma como encaramos o trabalho, o sucesso e o futuro. À frente dessa mudança está a Geração Z – jovens nascidos entre 1997 e 2012 – que chegam ao mundo do empreendedorismo com novas prioridades, novos valores e uma vontade clara de fazer diferente.
Cresceram num mundo digital e não se limitam a seguir caminhos traçados por outros. Procuram impacto, propósito e liberdade. E é exatamente aqui que a venda direta ganha relevância.
Para esta geração, empreender não é apenas criar rendimento – é criar significado. Não querem apenas “ter um trabalho”, querem fazer a diferença. E, cada vez mais, veem na venda direta uma plataforma de liberdade e expressão: de identidade, valores e estilo de vida.
Durante décadas, a venda direta foi uma porta de entrada para o empreendedorismo, especialmente para quem procurava flexibilidade, autonomia e uma rede de apoio. Hoje, com a Geração Z, este modelo deixa de ser apenas uma alternativa profissional para se tornar algo ainda mais ambicioso: uma verdadeira escola de competências do século XXI.
Numa altura em que o mercado de trabalho valoriza cada vez mais a capacidade de adaptação, a criatividade, a autenticidade e as competências interpessoais, a venda direta oferece um contexto único de aprendizagem prática e desenvolvimento pessoal. É, na sua essência, um ambiente de experimentação e de crescimento, onde se aprende fazendo, onde cada jovem pode testar ideias, ganhar confiança e construir algo verdadeiramente seu.
Com a sua fluência digital, os jovens da Geração Z dominam as redes sociais, sabem comunicar em formatos rápidos e visuais, e são mestres na criação de comunidades online. A venda direta acrescenta-lhes algo que muitas vezes falta nesse mundo digital: a construção de relações pessoais, baseadas na confiança, na escuta ativa e na empatia. Aqui, não se vendem apenas produtos – partilham-se experiências, defendem-se causas, trocam-se histórias, mudam-se vidas. Vende-se com significado.
A venda direta permite desenvolver competências fundamentais para o futuro. Desde comunicar com impacto, gerir tempo e objetivos, lidar com a rejeição mantendo a motivação, apresentar a marca pessoal até à indispensável liderança de equipas.
Tudo, num modelo que respeita o ritmo de cada pessoa, que permite começar devagar, evoluir com consistência e crescer num ambiente de apoio mútuo.
Neste sentido, a venda direta já não é apenas uma porta de entrada no mundo profissional. É uma plataforma de desenvolvimento integral, onde se aprende a empreender, a comunicar, a liderar e, sobretudo, a acreditar no próprio potencial.
Se o século passado foi marcado por carreiras lineares e estabilidade, o século XXI é feito de projetos pessoais, marcas autênticas e liderança partilhada. E é exatamente isso que a venda direta oferece.
Também no consumo a geração Z se diferencia. Não separa o consumo do ativismo. Procuram marcas éticas, produtos sustentáveis e modelos de negócio inclusivos. Na venda direta, esse alinhamento é possível na medida em que cada agente de venda direta ou empreendedor pode escolher representar o que acredita.
Em Portugal, vemos isso todos os dias: jovens que entram neste setor por paixão por um produto, mas ficam pela comunidade, pela possibilidade de crescimento, pela liberdade de viver e trabalhar à sua maneira.
Há algo profundamente humano neste modelo: a construção de relações. Hoje vemos equipas de jovens que se apoiam, se desafiam e se elevam mutuamente. A comunidade continua a ser a base, agora com uma nova roupagem, mais digital, mais global, mas com o mesmo calor.
A Geração Z está pronta. E o melhor é que a venda direta também está.
Estamos perante um setor que tem tudo aquilo que esta geração procura: impacto, propósito e liberdade. Um setor que não exige perfeição, mas sim vontade de aprender. Que acolhe a diversidade, respeita o ritmo de cada um e oferece as ferramentas certas para crescer.
A venda direta não é apenas compatível com os valores da Geração Z – é um espelho dos mesmos. É um setor moderno, digital, humano, com presença nas redes sociais, novas formas de trabalhar e um papel social transformador. Um modelo de futuro, com alma, onde cada jovem pode empreender de forma alinhada com quem é.