Sobreviverá a Playboy sem nudez?

Na última semana, a Playboy anunciou que irá eliminar as fotografias com nudez total nas suas edições norte-americanas. Mas o que significa essa mudança para a marca Playboy e para as restantes? Depois de 62 anos a apostar em produções ousadas, a partir de Março do próximo ano não existirão nus na revista que abandona, assim, aquilo que começou por distingui-la das restantes.

Resta saber se a Playboy sobreviverá sem nudez ou se as marcas fugirão da revista. Phillip Morelock, chief digital officer e responsável de venda de publicidade da Playboy, contou, em declarações ao Adweek, que a reacção das marcas tem sido positiva. «A resposta que temos tido de anunciantes que querem fazer parte da nova Playboy tem sido fenomenal até agora.»

O executivo explica que a mudança agradou a marcas que queriam comunicar para o público masculino mas que não queriam estar associadas a fotografias de nudez. A eliminação destas fotografias fará também com que a linha editorial da Playboy seja alterada, passando a incluir conteúdos sobre produtos e actividades de luxo, alargando o seu público-alvo. Adicionalmente, a revista irá apostar em mais entrevistas e em ficção.

Contudo, se as esperanças da Playboy em atrair novas marcas até pode ter algum fundamento, Americus Reed, professor de Marketing na Escola Wharton da Universidade da Pennsylvania, alerta para as dificuldades do processo. Em declarações à Adweek, o docente explica que «uma vez criada um marca de lifestyle, é muito difícil torná-la algo diferente» e prevê que demorará algum tempo para transformar a marca Playboy em algo novo e relevante e que mantenha, simultaneamente, a essência original da revista.

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