Petiscos à moda da Espumantaria

Foi com o “Da Casa” – espumante da Espumantaria – que fomos recebidas assim que passámos a porta da Espumantaria do Petisco, espaço que abriu portas em 2016 e desde então tem sabido captar a curiosidade dos turistas e fidelizar os lisboetas. Ou não estivesse o espaço localizado numa das mais apetecíveis zonas de passeio da capital, numa das emblemáticas ruas de acesso ao Castelo de São Jorge, no Bairro do Castelo. Aqui, os visitantes podem optar por sentar-se na esplanada (há 28 lugares e os turistas não resistem mesmo no Inverno e com temperaturas frescas para os lisboetas), ao balão ou na sala (32 lugares).

E como o nome pedia, foi à volta de petiscos que estivemos à conversa com os responsáveis pelo espaço, numa selecção feita pelo chef Vitor Hugo. Assim, enquanto nos rendíamos aos petiscos ficámos a saber que a tradição gastronómica deste espaço remonta a 1835, quando ali operava uma pequena carvoaria que servia, também, bebidas e petiscos. O projecto de arquitectura actual da Espumantaria do Petisco – com assinatura de Laura Palma e Tiago Filipe Santos – quis preservar a herança conservando as salas, o layout e alguns dos materiais originais, como o mármore de Estremoz e o tijolo de burro.

Mas voltemos aos petiscos. Começámos com o prato de queijos nacionais onde não faltava o requeijão com compota de abóbora e nozes. Seguiu-se um tártaro de peixe com fruta fresca e outro de novilho. Difícil foi decidir qual era o melhor. Não houve consenso entre os quatro que partilhavam a refeição. A acompanhar chegava, entretanto, a “Sangria Rosé”, criada com espumante rosé, toranja e alecrim. Os peixinhos “na” horta, que degustámos de seguida, reinventam um clássico nacional com muita competência. E como o chef quis mostrar que nem só de petiscos vive esta casa fez chegar à mesa, também para partilhar, um belo arroz de garoupa com camarão que, ainda que o apetite já não abundasse, voou de tão guloso que era. Refeição que é refeição para os portugueses não termina sem um docinho e, neste caso, ainda bem que não o dispensámos porque a mousse de chocolate com crumble é de nos deixar a salivar só de rever as imagens.

Voltaremos até porque ficámos de olho na lambujinha à Bulhão pato, nas moelas estufadas com chouriço, no arroz de lingueirão e no leite creme…

Texto de Maria João Lima

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