Portugueses elevam nível de consciência ambiental e maioria já valoriza o consumo sustentável e ético, concluiu um estudo da Consumers Trust Labs realizado a propósito do Dia Mundial dos Direitos do Consumidor, que se celebra amanhã dia 15 de março.
N realidade, o perfil do consumidor português está a mudar: está mais atento, tem maior consciência ambiental e valoriza o consumo sustentável
Nas tendências de consumo mais relevantes, 66% dos inquiridos apontam a sustentabilidade e a ética e 51.4% admite estar disposto a pagar mais por um produto sustentável. Adquirir produtos com embalagens recicláveis ou biodegradáveis já é opção para 58.7% e 53.2% assume evitar marcas com impacto ambiental negativo.
Os hábitos de consumo evoluíram. É inegável. Hoje, o consumidor percorre diariamente a internet, pesquisa marcas, acompanha tendências e é um grande adepto das compras online.
Contudo, e perante um mercado de consumo cada vez mais competitivo, o que será que o consumidor valoriza mais? Os valores éticos e o consumo responsável ou poder adquirir rapidamente novos artigos a baixo custo?
As principais conclusões do estudo ‘Consumo Consciente e Responsável’ sugerem que o perfil do consumidor português, na relação com as marcas, está a mudar: está mais atento, exigente e defensor de um consumo consciente e responsável.
Sobre as tendências de consumo que consideram mais relevantes na atualidade, 66% aponta o consumo sustentável e ético e 43% valoriza a Economia circular (reutilização, reciclagem e segunda mão).
Os dados mostram que a maioria dos consumidores tem preocupação com as práticas éticas e sustentáveis das marcas. 51.4% admite que estaria disposto a pagar mais por produtos e serviços que promovam estas práticas nas suas políticas de negócio: 42,9% (até 10% mais caro), 6.4% (entre 10% e 20% mais caro) e 2.1% (até 20% mais caro). Porém, 48% assume não estar disposto a pagar mais.
À pergunta ‘Considera importante a sustentabilidade da embalagem dos produtos que compra?’, 58.7% dos consumidores diz que prefere adquirir produtos com embalagens recicláveis ou biodegradáveis.
No que se refere às condições laborais de quem produz artigos vendidos por uma marca, 61.7% admite que não compraria um produto se soubesse que foi produzido em condições precárias de trabalho (ex.: exploração infantil, salários injustos, excesso de horas de trabalho).
Já 53.2% afirma evitar marcas com grande impacto ambiental, caso saiba que uma marca polui significativamente o ambiente.
No que diz respeito a experimentar novas marcas, em 2025, ou manter-se fiel às que conhece, 66.4% responde que “tudo depende do produto e serviço oferecido” evidenciando que o consumidor atual valoriza sobretudo a experiência de compra e o atendimento personalizado e eficaz. Já 29.5% responde que prefere marcas que já conhece e 4.1% prefere experimentar novas marcas.
No que se refere à primeira opção – antes de comprar um produto novo -, 57.6% diz que avalia o preço e a disponibilidade do produto e apenas 24.5% diz procurar uma alternativa sustentável (segunda mão, reciclado, produzido de forma ética.)
Sobre os valores de uma marca, a qualidade do produto é o fator mais valorizado para 86.3% dos inquiridos. Segue-se a acessibilidade do preço (72.1.%) e o atendimento ao cliente (51.1%).
A sustentabilidade foi apontada por 44.8% dos consumidores e a responsabilidade social da marca importa para 34,5% dos inquiridos.
À questão ‘De que forma as redes sociais influenciam as suas decisões de compra?’, 54% assume-se influenciado pelas redes sociais e 33% dos consumidores sente-se influenciado por avaliações e feedbacks de outros antes de comprar.
Entre reputação e notoriedade, 78.1% dos consumidores valoriza a reputação antes de comprar e afirma ler sempre feedbacks e avaliações de outros consumidores, mesmo que a marca seja pouco conhecida.
Na opinião de Pedro Lourenço, CEO da Consumers Trust e fundador do Portal da Queixa, “este estudo destaca que, além da qualidade do produto ou serviço e da importância que dão à reputação das marcas, os consumidores estão cada vez mais atentos, conscientes e sensíveis às práticas de sustentabilidade e responsabilidade das marcas no âmbito do impacto ambiental. Esta preocupação é admitida pela maioria dos inquiridos do estudo – e ficou vincada em várias respostas -, mostrando que as marcas devem assim adaptar-se a estas novas tendências de consumo consciente e responsável, para serem valorizadas e elegíveis pelos consumidores.”