Em 2025 o consumidor já não está à procura apenas de produtos, nem de experiências extraordinárias. Hoje, o consumidor quer sentir-se bem, mesmo que por uns meros instantes.
Num mundo marcado pela exaustão, incerteza e ansiedade, surge um novo comportamento de consumo: as microalegrias, pequenos momentos de prazer, conforto e leveza emocional que se tornaram essenciais. Não são luxo, são sim uma necessidade.
De acordo com o relatório “Future Consumer 2026” da WGSN Insight, este novo mindset emocional está a redesenhar o que significa consumir, escolher e conectar-se com marcas.
O termo não é novo, mas ganhou força: glimmers, cunhado pela psicoterapeuta Deb Dana, define pequenos estímulos que despertam segurança e bem-estar. Ao contrário dos triggers, que ativam stress, os glimmers são faíscas positivas que, neurocientificamente, ativam o nervo vago — regulando o humor, a ansiedade e até o batimento cardíaco.
Hoje:
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61% dos consumidores querem sentir emoções mais profundas
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63% procuram experiências multissensoriais
No branding de 2025, “fazer sentir” vale mais do que fazer lembrar. As marcas mais relevantes não oferecem apenas produtos: proporcionam sensações.
Na hospitalidade, retalho e food service, os espaços estão a tornar-se laboratórios sensoriais. O objetivo? Criar microalegrias através do ambiente.
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Cores saturadas, neons, blocos cromáticos e efeitos: transmitem energia, alegria e criam espaços prontos para Instagram
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Texturas hiper-táteis: superfícies felpudas, infladas ou almofadadas despertam conforto e nostalgia — é o caso do Zenon, em Dubai, que serve cocktails em copos com relevo tátil
O beauty burnout levou os consumidores a repensar a relação com a beleza. O novo luxo está no autocuidado sem culpa, nos rituais rápidos que libertam dopamina e reduzem a pressão estética.
Tendências em destaque:
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Beauty glimmers: produtos que unem prazer sensorial, eficácia e afeto
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Skintentional: consumidores que priorizam o emocional no skincare
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Beautilities: objetos úteis + bonitos + cheios de significado
As marcas que apostam em função + forma + emoção estão a criar novas estéticas de luxo.
Exemplos que inspiram
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Fara Homidi – nécessaires que envelhecem como couro afetivo
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Sonia G. – pincéis artesanais inspirados no Monte Fuji
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Documents – joias que libertam perfume ao toque
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Cartier – experiências olfativas personalizadas em Paris
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Aveda x Iris van Herpen – beleza como arte sensorial