Paraíso para carnívoros!

Não tem nada que enganar. É carne – muito boa carne – aquilo que se come no Sala de Corte. Mas acredite, vai ser difícil decidir se fica apaixonado pelas entradas, pelos pratos ou pelas surpreendentes sobremesas

Texto de Maria João Lima

Numa altura em que pululam por todo o País, e em especial na capital, restaurantes de inspiração oriental, vegan ou vegetarianos, descanse porque continua a haver esperança para os tradicionais amantes de carne. De boa carne, entenda-se.

No Sala de Corte, ao Cais do Sodré, em Lisboa, o velhinho pecado da gula ainda tem lugar à mesa. Mas chegue cedo, seja para almoço ou para jantar, porque é garantido que as mesas rapidamente vão ficar todas ocupadas e os comensais terão de esperar ou optar por ficar ao balcão.

Mas, agora que já tem lugar, vai começar a tarefa herculiana de decidir por onde começa o pecado. Entre as ofertas para começar está o carpaccio de lombo de novilho, o presunto ibérico, os croquetes de novilho, o pica-pau, a salada de rosbife e as versões meat-free das entradas, com a tábua de queijos nacionais e o queijo de cabra Granja com pêra bêbada.

Amuse Bouche1

Depois do palato estar preparado, chega a hora dos reis da festa. Que é como quem diz a carne de novilho com maturação de 21 dias servida com tomate cereja assado e relish de tomate fumado. E – sejamos sinceros – não vai ser fácil escolher. Aí as opções vão da tradicional vazia ao chuletón de buey, passando pela picanha, entrecôte, lombo e chateaubriand. Avisámos que não ia ser fácil… Para acompanhar poderá escolher entre uma variedade de molhos e acompanhamentos que vão da simples batata frita ao puré de batata trufado sem esquecer a dauphinoise de batata doce, o inolvidável brás de cogumelos e espargos verdes, o esparregado de espinafres com queijo da ilha, legumes grelhados, corações de alface e salada de endívias.

Para quem deseja fazer uma refeição menos complexa há sempre a hipótese de optar pelos pregos de novilho (vazia, entrecôte ou lombo) em bolo do caco com maionese de mostarda Dijon, servido com batatas fritas. Da carta constam ainda os hambúrgueres de novilho, as sanduíches de vitelão e o inesquecível bife tártaro do chef. Acredite que é de comer e chorar por mais.

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Se já percebeu as dificuldades que terá até aqui na escolha do que vai degustar, saiba que a chegada do momento da sobremesa não vai ser mais fácil. É que apesar de chegado este momento ser expectável que esteja saciado, aqui a gula volta a entrar em acção. Nesta fase do banquete terá de escolher entre a chocolataria (três chocolates e sorbet de morango), a textura de avelã (com gelado de caramelo salgado – que é surpreendentemente delicioso), a pavlova de frutos vermelhos (com sorbet de framboesa), a panna cotta de manga (com sorbet de maracujá) e o bolo de cenoura e mel (com crumble de gengibre e sorbet de tangerina).

Pode ainda esperar uma carta de vinhos bastante competente com tintos (divididos em jovens, encorpados e complexos), rosés, magnuns, brancos e espumantes e champanhes. Caso o pretenda também há a possibilidade de lhe ser servido vinho a copo e de lhe serem dadas sugestões para acompanhar as sobremesas.

Uma nota curiosa, e porque é também de detalhes que se fazem os espaços, não estranhe se, quando quiser lavar as mãos, o convidarem a entrar numa porta frigorífica. É lá que o conseguirá fazer.

Artigo publicado na edição de Fevereiro de 2017 da revista Marketeer.

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