Está entre os portugueses que já estão a comprar como no pré-pandemia?

O padrão de compra dos portugueses está cada vez mais próximo do período pré-pandemia. É esta a conclusão do estudo “Onde pára o novo normal?”, realizado pela Kantar e pela Centromarca – Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca.

Segundo dados do terceiro trimestre do ano, embora o gasto médio por compra se situe nos 22 euros, dois euros acima de 2019 e apenas um abaixo de 2020, as ocasiões de compra já se equiparam aos níveis pré-pandemia.

Em termos globais, o mercado de bens de grande consumo está a cair 2,2% em valor e 4,8% em volume face a 2020, mas a crescer 11,8% em valor e 4,8% em volume comparativamente a 2019. Neste âmbito, os artigos de higiene e beleza são os mais prejudicados, com perdas em valor na ordem dos 11%.

As marcas de distribuição (MDD) lideram as principais categorias do mercado de bens de grande consumo, com uma quota de 56% em volume, continuando, assim, a reforçar o seu peso nos principais sectores. Por outro lado, a sustentabilidade é cada vez mais um factor importante para os portugueses, sendo que os consumidores mais conscientes ecologicamente, a que o estudo apelida de ‘Eco-Actives’, representam já 25%, crescendo 6 pontos percentuais face a 2020. Se o ritmo de crescimento se mantiver como em 2021, estima-se que, em 2025, quase metade da população portuguesa (49%) seja ‘Eco-Active’, um valor acima do que a Kantar projecta para a Europa (47%).

«Apesar do desconfinamento e da abertura do País, o consumo fora de casa mantém-se muito aquém do período pré-pandemia, pelo facto de haver menor regularidade por parte dos portugueses. De acordo com o nosso Painel Out-of-Home, o número de ocasiões fora de casa caiu 19% no terceiro trimestre. A frequência ficou-se pelas 32 vezes, menos 35% do que antes do início da pandemia, em 2019», sublinha, em comunicado, Alexandra Silva, Comercial director da Kantar Portugal.

Em contraste com 2019, o valor das ocasiões de consumo recorrendo a entrega de refeições aumentou acentuadamente, com Portugal a crescer 16%, ao passar de 57% para 73%, destacando-se como líder no crescimento do segmento de meal delivery. De realçar que 44% deste crescimento aconteceu, em grande medida, devido aos heavy buyers, ou seja, consumidores que encomendam refeições uma ou mais vezes por semana, salienta o estudo.

O mercado de bens de grande consumo em Portugal continua a trajectória de reajustamento, com os hipers e supermercados a manterem uma quota de mercado em valor abaixo do primeiro trimestre de 2020. Se recuarmos uns anos, segundo o estudo agora apresentado, para termos uma visão mais lata, entre 2014 e 2021 houve menos 13 milhões de compras, o que reforça a ideia de que os portugueses visitam menos estes canais de consumo. Já o canal tradicional retoma a quota pré-pandémica e o canal online é o que mais cresce (de 2,2% para 3,3% entre 2019 e 2021), sendo também o único que cresce relativamente ao ano de 2020.

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