Orçamento familiar vai melhorar? Optimismo dos portugueses abaixo da média da UE

Os portugueses estão menos optimistas do que os seus vizinhos da Zona Euro em relação ao futuro do orçamento familiar: somente 32% considera que a situação económica do lar irá melhorar ao longo do próximo ano, de acordo com o estudo “Bipolaridade dos Consumidores. Pandemia e agora?” realizado pela Kantar.

Ainda assim, 40% dos inquiridos em Portugal admite conseguir gerir o seu orçamento familiar. A grande maioria (70%) indica mesmo que a principal fonte de rendimento do lar manteve o emprego no local de trabalho ou em teletrabalho, não afectando a carteira.

De acordo com a análise do estudo por parte da Kantar e da Centromarca – Associação Portuguesa de Empresas de Produto de Marca, apesar do optimismo abaixo da média, Portugal destaca-se, porém, por estar na liderança em termos de crescimento do mercado FMCG quando comparado com Espanha, França e Reino Unido. Este mercado cresceu 15% em valor com cestas maiores, mais dispendiosas e mais regulares.

Depois de um primeiro trimestre em linha com 2020, verificou-se um segundo trimestre pautado por revenge spending, ou seja, regresso aos gastos após um período de maiores restrições. Como consequência, notam-se crescimentos em sectores com dinâmicas fora do lar, como bebidas e snacking em restaurantes.

«Acreditamos que o teletrabalho será o único factor a sustentar um maior consumo dentro do lar até ao final deste ano, traduzindo-se num adicional de 2,6 ocasiões por semana por pessoa em casa, face ao pré-pandemia», adianta Marta Santos, Sector director da Kantar Portugal.

Segundo a mesma responsável, a previsão para 2022 é de que a maioria das refeições que passaram a ser feitas em casa durante a pandemia se transfiram para fora do lar. Esta alteração deverá ter início logo no primeiro trimestre, «significando ainda assim um aumento de 0,5 ocasiões por semana, por pessoa em casa, face ao mesmo período de 2019».

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