Opinião de Francisco Viana (CGD): Velocidade vertiginosa

Por Francisco Viana, director Central direcção de Comunicação e Marca CGD

De crise em crise veio uma pandemia e depois uma guerra. Têm sido anos loucos. Não falo só do mundo que nos rodeia. Falo do quotidiano de um marketeer. As transformações sempre existiram, mas hoje lidamos com uma velocidade de transformação cada vez maior.

Não estamos a viver uma era de mudança. Estamos a viver uma mudança de era. A inteligência artificial, a robótica avançada, a capacidade de armazenar dados, a internet das coisas, os veículos autónomos, a analítica de vídeo, a realidade aumentada e virtual, o 5G, o metaverso e nft, são elementos novos e inimagináveis há poucos anos. Aceleraram cada vez mais, a transformação e a mudança de comportamento dos consumidores, impulsionadores do marketing atual.

De crise em crise, veio uma pandemia e, depois, uma guerra. Pelo meio, deu-se um salto na utilização da tecnologia. Não sabemos se esta guerra é um travão na globalização. Se vai dar origem ao fenómeno da regionalização mundial. O que sabemos é que os consumidores têm grandes expetativas em relação às experiências que as marcas lhes proporcionam e isso não vai mudar. Hoje, os consumidores querem ser surpreendidos. Exigem inovações e funcionalidades que ainda não existem. E exigir é a palavra certa, porque ninguém quer voltar atrás.

As transformações provocadas pela tecnologia, nos últimos anos, também mudaram a forma de comunicar. O mundo digital massificou-se, trazendo novas possibilidades de acesso à informação, à sabedoria. De crise em crise, veio uma pandemia e, depois, uma guerra. Então, e o que fazer perante a velocidade vertiginosa da transformação? Há quem escolha ficar a assistir. Mas há quem prefira ser ator e autor da transformação.

Esta era da tecnologia revolucionária é uma era de oportunidades para ser, ao mesmo tempo, actor e autor. A tecnologia facilita a divulgação do conhecimento, dá resposta à necessidade de aprendizagem constante ao longo da vida. É importante perceber as consequências, dentro das tendências, para ser ator e autor.

De crise em crise, veio uma pandemia e uma guerra. Quais as consequências de tudo isto? A inflação está a disparar? E as cadeias de abastecimento, como estão a responder? E a transição energética? E as alterações climáticas? Como podem as marcas desempenhar o seu papel num mundo sustentável com tanta imprevisibilidade? Quais as consequências em termos de geopolítica? E em termos de geoeconomia? Ao contrário do que se possa pensar, cada um de nós tem capacidade de ser parte activa nesta transformação. Todos temos um papel a desempenhar. Cada um tem que fazer a sua parte, não de forma isolada a olhar para o umbigo, mas percebendo o todo onde está inserido, e conseguindo interpretar o processo de transformação em curso.

A boa notícia é que o melhor das nossas vidas é o que está para vir. É tudo aquilo que está por fazer. Vamos ser actores e autores do mundo que queremos.

Artigo publicado na revista Marketeer n.º 310 de Maio de 2022

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