O volume das cestas de compras dos portugueses é o menor dos últimos 4 anos

O volume das cestas de compras dos portugueses registou uma quebra de 2,8% no primeiro trimestre do ano face ao período homólogo de 2019, sendo por isso o menor dos últimos quatro anos. As conclusões são de um estudo da Kantar e da Centromarca – Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca, que apontam a inflação e a guerra na Ucrânia como os principais motivos.

Os dados demonstram também que quase todos os segmentos são impactados por cestas ligeiramente mais pequenas, mas com um gasto maior. O único que contraria esta tendência é o da higiene e beleza, que mantém a desvalorização que já se sentia nos períodos anteriores, com uma preferência por categorias de cuidado e uma maior mistura entre marcas de distribuição e marcas de fabricante.

«Quando se compara o primeiro trimestre de 2022 com o homólogo de 2019, verifica-se que as cestas são mais pequenas, mas de maior valor. A frequência de compra mantém-se estável, com os jovens a serem o grupo que mais aumenta a regularidade de compra, como já vinha a acontecer», explica, em comunicado, Marta Santos, Sector director da Kantar.

Comparativamente com o primeiro trimestre de 2019, a preferência por marcas de distribuição é ainda mais visível em categorias que aumentam o preço e perdem compradores, como o leite UHT, refrigerantes de fruta ou azeite. «Quando a inflação se começa a fazer sentir e a aposta recai mais sobre as marcas de distribuição, também se pensa no local de compra e em como a necessidade de controlar os gastos pode influenciar a escolha da loja», diz Pedro Pimentel, director-geral da Centromarca.

No caso do consumo fora de casa, o estudo revela que os números estão ainda longe do período pré-pandemia, sendo que a inflação, aliada ao facto de muitos portugueses recorrerem ainda ao teletrabalho ou a modelos híbridos, poderá dificultar a recuperação no segmento.

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