O novo Franck Muller tem cristal da Vista Alegre

Não é a primeira edição limitada da Franck Muller para o mercado português – a marca até já colaborou com Cristiano Ronaldo –, mas poderá ser uma das mais especiais. A insígnia suíça juntou-se à Torres Distribuição e à Vista Alegre para desenvolver uma edição limitada do modelo Atlântico, com redoma e cálice de cristal feitos em Alcobaça (onde fica a fábrica da Atlantis).

Existem apenas 20 exemplares numerados e todos eles foram vendidos a representantes da Torres Distribuição ainda antes de ser desvendado o resultado final da parceria. Junto do consumidor final o entusiasmo também é visível uma vez que, mesmo sem imagens do relógio, foram efectuadas reservas, segundo avança à Marketeer Marta Torres, administradora da Torres Distribuição. «Não estávamos à espera de vender tão depressa porque nunca sabemos, actualmente, o que funcionará ou não, se a mensagem passa para o consumidor final ou não», conta a responsável.

Nicholas Rudaz, CEOO da Franck Muller, acrescenta que Portugal tem sido um mercado muito importante para a insígnia, onde é reconhecida pelos consumidores e acarinhada. Daí a aposta em mais uma edição limitada, desta feita com a Vista Alegre: «Ambas as marcas têm um legado. A Franck Muller é mestre das complicações (funções de um relógio que não estejam relacionadas com a indicação da hora) e a Vista Alegre mestre em porcelana e cristal.» Segundo o responsável, a oportunidade de cruzar conhecimentos de áreas tão diferentes resultou numa peça muito especial.

Opinião partilhada também por Nuno Barra, administrador da Vista Alegre, que vinca ainda a aposta em parcerias a longo prazo como ingrediente chave para o sucesso de qualquer investimento. É por isso que, além da Vista Alegre, outra marca portuguesa pode ser encontrada na edição especial do Atlântico. A Boca do Lobo foi convidada pela insígnia de porcelana e cristal para desenvolver a base em que o relógio é entregue ao cliente. «Acreditamos em relações duradouras e não em parcerias de uma vez só. Relações de longa duração dão confiança para arriscar e continuar a desenvolver projectos», explica.

Nuno Barra revela ainda que, embora esta edição limitada tenha demorado apenas cerca de seis meses a ser pensada e concretizada, a ideia de levar a Vista Alegre ao mundo dos relógios começou a ser desenhada há quatro anos. O administrador conta que entrar numa nova área de negócio requer preparação e tempo, lembrando que também o lançamento, no ano passado, de uma linha de decoração implicou um trabalho de quatro anos.

«Estrategicamente, temos um objectivo concreto: fazer da Vista Alegre uma marca de lifestyle. Isso significa que é preciso desenvolver áreas que são menos esperadas do que outras. O relógio é algo muito interessante porque existem dois campos que podem ser explorados e ainda não o estavam a ser, o cristal e a pintura à mão. Com essas duas coisas, podemos criar produtos muito interessantes», acrescenta Nuno Barra.

Quanto a novas parcerias entre a Vista Alegre, Franck Muller e Torres Distribuição, tanto Nuno Barra como Nicholas Rudaz e Marta Torres deixam a porta aberta. «Estamos a analisar a situação e estamos tentados a pensar que podemos dar mais um passo. Vamos ver», conta a responsável pela Torres Distribuição.

Para já, o novo Atlântico pode ser encontrado em exposição, a partir de hoje, na loja da Vista Alegre no Chiado, em Lisboa. Mais tarde, seguirá para o NorteShopping, para que o público possa ver de perto o fruto desta nova colaboração. Mesmo que não leve para casa um exemplar – o relógio está à venda por 27.200 euros.

Texto de Filipa Almeida

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