Novo Land Rover é uma peça de design

É maior que o Evoque mas mais pequeno que o Sport. Não é dos SUV mais baratos do mercado, mas parece valer cada cêntimo. O mais novo elemento da família Land Rover está a conquistar o seu espaço.

Texto de M.ª João Vieira Pinto

Em 1969, um ano depois de eu nascer – não sei se é relevante… -, a Land Rover apresentava ao mundo o seu protótipo Velar. Um ano mais tarde, a marca dava início às vendas do modelo de duas portas, o seu primeiro Range Rover. 48 anos mais tarde, voltaria a ter um Velar para apresentar. Um modelo em tudo diferente do primeiro da história, mas que honra pergaminhos e trajecto da marca. A começar pelo impacto das suas linhas. É um grande SUV que se impõe e se percebe por que é que está a conquistar o mercado. Quis a marca que este Velar não viesse canibalizar as vendas do Evoque e do Sport. Diria que o risco é reduzido. A começar pelo facto de – sim, ainda estamos na parte estética – os seus traços serem minimalistas, assinando a tendência “Reductionism”. E a continuar pela partilha de arquitectura com o Jaguar F-Pace.

Não é de estranhar, por isso, que o quarto membro da família Range Rover tenho sido apresentado no Design Museum de Londres, em ambiente de festa – de notar que a última vez que a Land Rover participou numa iniciativa idêntica foi no início dos anos setenta, quando o Range Rover original foi exposto no Museu do Louvre de Paris, como “um trabalho exemplar de design industrial”.

Sim, o Velar vem preencher o seu espaço. Um lugar vago entre os dois irmãos mais velhos. É maior que o Evoque mas mais pequeno que o Sport. Não é dos SUV mais baratos do mercado, mas parece valer cada cêntimo. Além de que é verdadeiro luxo que, quando é preciso, se transfigura: de estradista passa a todo-o-terreno mantendo as melhores características de condução. Fomos fazer a experiência entre Lisboa e o Meco, em auto-estrada, estrada nacional e terra. E confirmamos o trabalho da marca.

Assim como mantemos os aplausos depois de abrirmos a porta e nos sentarmos ao volante. A Land Rover já nos habituou a padrões elevados. Aqui, o nível mantém-se. O interior é de uma sofisticação aconchegante. É simples, até porque praticamente não tem botões, mas com pormenores que fazem a diferença. Como é o caso do sistema de info-entretenimento, o Touch Pro Duo, a que os engenheiros do departamento de desenvolvimento deram o nome “Blade” (lâmina), tendo em conta o seu fino perfil. Ou da utilização de materiais diferenciadores, como têxteis sustentáveis para alternativa aos bancos e revestimentos em pele. Ou, ainda, do sofisticado sistema de suspensão em todas as rodas, que lhe garante comodidade e controlo acima da média.

Há seis motores, desde a versão mais eficiente, o Ingenium 2.0 de 180 CV diesel, até ao motor sobrealimentado a gasolina V6 3.0 com 380 CV. No final de 2017, passou também a estar disponível um motor a gasolina Ingenium de 300 CV.

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