Não acredita em YouTube Ads? Olhe que devia…

Por Marco Gouveia, consultor e formador de Marketing Digital, head of Digital Marketing no Pestana Hotel Group e Google Regional trainer

Deixe-me adivinhar: pensar em publicidade nos vídeos do YouTube fá-lo suspirar…

Certamente, não será o único a aborrecer-se com os anúncios que antecedem, interrompem ou seguem os vídeos que quer ver. No entanto, impõe-se uma questão curiosa: por que razão existirão cada vez mais anúncios no YouTube?… É agora que desvendo o segredo: eles são rentáveis, e muito!

Sendo o YouTube a segunda rede mais utilizada no mundo, este constitui uma plataforma especialmente atractiva para os anunciantes. Porém, a verdade é que, para além disso, há toda uma série de prerrogativas associadas a anunciar em vídeos no YouTube que muitos de nós nem sequer imaginam.

Em primeiro lugar, temos à nossa disposição os chamados “TrueView Ads”. Este é o formato de anúncio mais comum no YouTube, ignorável e facilmente personalizável. Só é pago quando o utilizador o visualiza, pelo menos, trinta segundos ou quando interage com o anúncio (clicando, por exemplo, no apelo à acção). A maior vantagem? Geramos notoriedade de forma (praticamente) gratuita, já que não pagamos pelo aparecimento do nosso anúncio, mas apenas se alguém o vir ou interagir com o mesmo! Para além disso, aumentamos sempre a probabilidade de visita ou subscrição do canal: ao baixo risco que lhes está associado, junta-se o alcance de uma ampla audiência (dado que o YouTube se baseia nos interesses transparecidos no histórico de pesquisas do utilizador, no Google e no YouTube, para seleccionar os anúncios a apresentar).

De entre os TrueView Ads, existem dois tipos de anúncio que lhe poderão interessar: os Video Discovery Ads e os In-Stream Ads. Os Video Discovery Ads surgem na página inicial do YouTube, na lista de resultados de pesquisa e nos vídeos relacionados com o histórico de visualizações. Uma característica importante é a inexistência de um limite de duração. Este tipo de anúncio possui, então, um alto potencial de retorno com um baixo risco, pelo facto de o anunciante só pagar pelo anúncio se alguém clicar nele e o vir, já que, aquando do clique, se é direccionado ou para a página de visualização ou para o canal do anunciante, para assistir à totalidade do vídeo.

Não ignoremos, por outro lado, os supramencionados In-Stream Ads, que surgem integrados em vídeos da própria plataforma (antes, durante ou após o seu fim), de outras páginas ou aplicações ou em websites e apps que tenham parceria com a Google Display Network. Pode, como referi anteriormente, optar por ignorá-los, precisamente, após 5 segundos, clicando no botão “Ignorar anúncio”. Estes ads não só providenciam ao anunciante um grande volume de dados sobre o seu impacto e performance, como também são bastante versáteis, por permitirem aos anunciantes uma personalização com diferentes CTA (call-to-actions, ou apelos à acção), diálogos e música royalty free. Podem estender-se até aos três minutos, mas é recomendado que se fique pelos trinta segundos. Para além de todas estas vantagens, conte ainda com uma ausência de limite de palavras no copy do ad e um redireccionamento directo para o website ou loja online da sua marca a partir dele. Não se esqueça, contudo, de causar impacto logo no início, dado ser possível ignorar o ad após os tais 5 segundos.

Em segundo lugar, considere os anúncios In-Stream não-ignoráveis, passíveis de surgir no YouTube, em websites externos ou parceiros da rede Display Google. Bem sei que estes são tidos por muitos como os mais inconvenientes, por não serem ignoráveis e durarem entre 15 e 20 segundos. Possibilitam, contudo, o mesmo grau de liberdade criativa e de segmentação que os TrueView, sendo, por isso, ideais para aumentar a exposição da marca a públicos-alvo concretos, nomeadamente contando uma história evidenciadora do valor do produto. Ainda assim, tratando-se de anúncios não-ignoráveis, convém que sejam concisos e apelem à acção, visto que se baseiam no CPM (custo por mil impressões); importará, portanto, fazer por que cada clique seja proveitoso…

Por fim, restam-lhe os anúncios que provavelmente melhor tolera no YouTube: os anúncios breves (bumpers ou bumper ads). São, efectivamente, os mais curtos (apesar de não poderem ser ignorados), têm um máximo de 6 segundos, e surgem no início dos vídeos, também tanto no YouTube como em websites e apps parceiras da rede Display da Google, sendo o seu pagamento efectuado com base no CPM. A utilidade deste formato de anúncio reside na sua excelente potencialidade para complementar um vídeo de campanha maior ou, até, um lançamento de produto ou evento.

Agora, sim: já conhecido todo este mundo de uma outra perspectiva, resta-lhe criar, finalmente, os seus YouTube Ads e acompanhar os seus resultados na sua conta de Google Ads e no Google Analytics! Como viu, estes anúncios não só são visionados por imensas pessoas como constituem um recurso mais rentável do que nunca. Pois é: afinal, cabe-lhe mesmo a si decidir se os YouTube Ads são uma mera chatice ou um tesouro valioso por explorar…

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