Na era da experiência

Maria João Vieira Pinto

Directora de Redacção da Marketeer

Editorial publicado na edição de Setembro de 2016 da revista Marketeer

À hora que escrevo este editorial, Tim Cook acaba de apresentar o iPhone7. Aquele que se tornou o objecto mais desejado a nível mundial continua a ser, também, um dos maiores desafios da Apple. A empresa fundada por Steve Jobs e Steve Wozniak conseguiu um feito ao longo dos anos. Apesar de ter estado por vezes atrás na música, nos vídeos ou na criação de conteúdos, conquistou a preferência e tornou-se a marca mais aspiracional. Mais: conseguiu com que todos os seus produtos passassem a funcionar num ecossistema fechado, “fidelizando” clientes e consumidores.

Houve quem duvidasse se haveria Apple depois de Steve Jobs. Tim Cook agarrou a empresa e manteve iguais níveis de exigência. Os dados do último trimestre, contudo, levaram vários analistas a questionar até que ponto se estaria a iniciar a descida da montanha que a marca da maçã ergueu, depois das vendas do iPhone terem começado a diminuir e das acções caírem.

O que Tim Cook tem lembrado é que, tão importante como os produtos em si, são os serviços. E são estes que têm vindo a crescer, em vendas e em retorno para a empresa, sendo já responsáveis por 12% das vendas totais da Apple.

A apresentação do iPhone7 confirma a estratégia. Não há mudanças “uau” face ao antecessor, pelo que a diferença, essa, continua a fazer-se pela marca e pela experiência que ela própria aporta.

Numa entrevista publicada na Marketeer já em Março de 2014, o presidente da Nos, Miguel Almeida, declarava querer ser líder em valor, inovação e preferência dos clientes. O que justificou, em parte, a sua luta pela conquista de conteúdos, nomeadamente do futebol.

Também Mário Vaz, CEO da Vodafone Portugal, não escondia em Janeiro último que a palavra de ordem, hoje, é convergência… aliada à oferta de conteúdos!

Sim, vivemos na era da experiência, dos serviços, da entrega ao cliente. E, isso, é tão ou mais importante que o produto que qualquer marca tenha para vender! Não haverá volta a dar: terão que ser almas gémeas.

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