Mudança na liderança da Unilever pode acelerar venda de marcas e reativar estratégia de grandes aquisições

A saída inesperada de Hein Schumacher do cargo de CEO da Unilever, anunciada esta semana, pode ser impulsionar o acelerar da venda de marcas não estratégicas e trazer de volta a possibilidade de uma série de aquisições transformadoras.

Schumacher, que esteve à frente da gigante de bens de consumo por apenas 18 meses, será substituído pelo atual CFO, Fernando Fernandez, já na próxima semana.

Fernandez, que entrou na Unilever em 1988, tem um longo percurso dentro da empresa, tendo liderado divisões como a da América Latina e a de beleza e bem-estar, uma das mais dinâmicas da empresa. O presidente do conselho, Ian Meakins, no anúncio da saíde de Schumacher, destacou a abordagem decisiva do novo CEO e sua capacidade de impulsionar mudanças com rapidez.

Segundo fontes do setor, citadas pelo site The Grocer, há um “mandato claro para mudança”, e o novo CEO poderá tomar decisões ousadas, priorizando segmentos de maior crescimento e margens mais elevadas.

Nos últimos meses, a Unilever já vinha a desinvestir na divisão alimentar, tendo vendido ativos na Roménia, Países Baixos e Bélgica, e contratado a Piper Sandler para explorar a venda da The Vegetarian Butcher. Agora, marcas icónicas como Marmite, Bovril, Pot Noodle, Colman’s e Maille podem estar de saída, com a hipótese até de um mudança total da divisão de alimentos.

Embora Fernandez tenha afirmado recentemente que aquisições de grande escala estavam “fora de questão”, a saída de Schumacher levanta dúvidas sobre uma possível reavaliação dessa estratégia.

Uma das possibilidades levantadas por fontes do setor é a aquisição da Haleon, antiga divisão de saúde da GSK.

 

 

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