Metaverso – O Futuro que se fez Passado!
Por João Pedro Batista, sócio fundador da Social Animals
Nem sempre o que parece ser o futuro realmente o é. A prova disso está em tecnologias como a TV 3D, o Laserdisc e outras que passaram à história antes mesmo de fazerem história.
No mundo digital, isto acontece com muito mais frequência, pois o poder do viral faz com que qualquer nova app, serviço ou tecnologia se torne num fenómeno em menos de nada. Até aqui tudo normal, pois a curiosidade e a procura do novo fazem parte da natureza humana.
O problema está no facto de muitas marcas e empresas preferirem pensar no amanhã em vez de pensarem no hoje. Não deixou de ser interessante ver a quantidade de campanhas e, principalmente, notícias nos meios de comunicação da área, em que gestores de marcas e líderes de agências explicaram como estavam a integrar o Metaverso nas suas estratégias digitais.
A verdade é que o conceito tem um tremendo potencial. O problema é que a tecnologia que poderá tornar tudo mais real ainda é acessível a poucos e tem muita margem de evolução.
O Metaverso pode revolucionar o mundo digital, mas enquanto a tecnologia não avançar, a única utilização prática e eficiente está na criação de acções e de peças promocionais em jogos de mundo aberto, pois o público já faz efectivamente parte destes Metaversos – que são bem mais acessíveis que o Metaverso do grupo Meta.
Muito deste entusiasmo veio do Mark Zuckerberg que até mudou o nome do seu grupo para Meta, anunciando que o futuro seria o Metaverso. A aposta que parecia arriscada e até descabida, realmente provou sê-lo. No mês passado, a empresa explicou que o seu foco não estava mais nesta área de negócio, mas sim no Reels e no verdadeiro futuro – a Inteligência Artificial generativa.
Posto isto, era bom que todos os estrategas e marketeers reflectissem bem sobre o que será o futuro das suas marcas, pois num país onde os grandes orçamentos são uma raridade, temos o dever e a obrigação de pensar muito bem onde as marcas devem investir.