McDonald’s: McDonald’s aposta na economia circular

Como um dos líderes mundiais na área da restauração de serviço rápido, a McDonald’s pretende usar a sua escala para ajudar nos temas da responsabilidade social e sustentabilidade. Marta Amaro, gestora de comunicação da McDonald’s Portugal, explica que, pela responsabilidade que têm, expressam o seu contributo para o Desenvolvimento Sustentável e o alinhamento com a Agenda 2030. «São vários os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável para os quais contribuímos. Contudo, distinguimos quatro – Produção e Consumos Sustentáveis, Trabalho Digno e Crescimento Económico, Acção Climática e Reduzir as Desigualdades – como sendo os eixos que impactamos de forma mais relevante e nos quais queremos constantemente melhorar o nosso desempenho. Este é o nosso compromisso.»

O mais recente projecto de economia circular da McDonald’s Portugal procurou dar um fim de vida útil às fardas antigas da marca em Portugal, produzindo um novo objecto: um saco de tecido, feito com materiais 100% reciclados – 70% resultante das antigas fardas McDonald’s e 30% de outros materiais reciclados, provenientes de poliéster de garrafa reciclada, para garantir a durabilidade e resistência do tecido. «Este projecto de economia circular, com impacto ambiental e social, acontece na sequência da actualização das fardas da marca, vestidas pelos mais de 9500 colaboradores nos restaurantes em todo o país desde Junho de 2022», explica Marta Amaro.

O projecto envolveu empresas nacionais, como a Recutex – Recuperados Têxteis, que promove a recuperação têxtil a partir de matérias-primas recicladas. Este novo parceiro da McDonald’s Portugal foi responsável pela reciclagem das fardas, bem como a HR Group, parceiro de longa data da marca que produziu os sacos reciclados, sendo também responsável pela confecção das novas fardas, bem como das anteriores, em 2008. Este opera em instalações recorrendo a produção de energia eléctrica para autoconsumo através de painéis fotovoltaicos, com utilização de domótica para gerar a maximização de eficiência energética e de racionalização e reutilização de recursos hídricos, utilizando na sua produção matérias-primas recicladas e cujos resíduos têxteis são 100% encaminhados para processo de reciclagem. As tintas utilizadas para a estampagem dos sacos têm a certificação Eco Passport, da Oeko Tex, que garante a ausência de substâncias nocivas para a saúde e planeta, atestando ainda uma produção ecologicamente responsável.

A HAVI foi a empresa responsável pela recolha das fardas a nível nacional, junto de mais de 190 restaurantes. «A vertente ambiental do projecto prossegue com um fim maior ao ter a Fundação Infantil Ronald McDonald como destinatário dos sacos produzidos, para composição de Kits de Acolhimento de Higiene e Conforto, entregues a famílias que acompanham as suas crianças internadas», explica Marta Amaro. Com este projecto, a McDonald’s criou cerca de 5500 sacos que permitem à Fundação Infantil Ronald McDonald usar nos seus Kits de Acolhimento de Higiene e Conforto por um ano. «Estes visam dar conforto às famílias que pernoitam no hospital enquanto acompanham as suas crianças doentes. São constituídos por: manta e meias, bolsa com produtos de higiene e uma revista, tudo colocado num saco que a Fundação tinha de adquirir. São entregues em sete hospitais – em Lisboa, no Hospital D. Estefânia, no Hospital de Santa Marta, no Hospital de Santa Maria e no Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca; no Porto, no Hospital de São João e no IPO; e ainda no Hospital Pediátrico de Coimbra. Até ao momento já foram entregues mais de 3500 kits.»

METAS DE RECICLAGEM DE PLÁSTICO E DO CONSUMO DE CARNE

Até 2025, a McDonald’s pretende assegurar o encaminhamento de embalagens para reciclagem em 100% dos restaurantes nacionais. Pretende ainda encontrar formas de alargar os sistemas de reciclagem, promover acções de sensibilização para a alteração de comportamento no consumidor, com vista à reciclagem, e garantir os programas de reciclagem dos brinquedos Happy Meal de plástico colocados no mercado. «Já iniciámos essa jornada. Actualmente, todas as embalagens das ofertas do Happy Meal – livros ou brinquedos – são de papel.» No que respeita à proveniência das ofertas, e porque ainda se trata de programas internacionais, estas são feitas globalmente para os diferentes mercados, pelo que ainda não têm fornecedores nacionais, como já têm para os ingredientes e serviços, mas Marta Amaro diz acreditar que estão no caminho certo para atingir estes objectivos já no final de 2024.

A McDonald’s, com a Global Roundtable for Sustainable Beef, usa a sua escala para ajudar a liderar a indústria em direcção a práticas de produção de carne de vaca mais sustentáveis que apoiem o bem-estar animal, a gestão responsável dos recursos e o respeito pelas pessoas e comunidades.

Quando a McDonald’s chegou a Portugal, em 1991, todos os fornecedores eram internacionais. Actualmente, contam já com mais de 30 nacionais – onde se incluem fornecedores de carne de vaca nacional –, correspondendo a 40% do valor total de compras. Todos são auditados e certificados pelo Departamento de Qualidade da McDonald’s, para assegurar o cumprimento de todas as normas legais exigidas pela empresa.

Outro dos grandes consumos desta cadeia restauração rápida são os óleos alimentares. Também aqui a McDonald’s desenvolveu e implementou, desde 2010, um sistema de gestão de Óleos Alimentares Usados, através do qual assegura 100% da recolha selectiva deste resíduo, ou seja, cerca de 750 toneladas por ano, que a empresa certificada Bioadvance transforma em biodiesel, um combustível com índices de emissão de dióxido de carbono até 80% mais baixos do que o gasóleo. Este sistema de gestão permite a valorização deste resíduo e apoiar mais uma vez o projecto da Fundação Infantil Ronald McDonald, que recebe, assim, um donativo anual, resultante da venda destes OAU para transformação em biodiesel. «Em 10 anos foram recolhidas mais de 5000 toneladas de óleos alimentares usados e angariados mais de 1,17 milhões de euros para a Fundação Infantil Ronald McDonald», contabiliza Marta Amaro.

Em 2014, a McDonald’s concluiu um ciclo de remodelação de restaurantes no qual procurou, sempre que possível, contratar empresas nacionais. Adicionalmente, foram seleccionados e aplicados materiais de construção sustentáveis e equipamentos e tecnologia eficientes energeticamente, sobretudo no que respeita à iluminação 100% LED, sistema de gestão centralizado de energia, máxima exigência sobre a eficiência energética dos sistemas de climatização e ventilação, de refrigeração de fritadeiras e grelhadores, bem como para o consumo de água.

Todos os restaurantes implementaram um sistema de gestão ambiental (SGA) certificado conforme a norma ISO 14001. A McDonald’s foi a primeira marca de restauração de serviço rápido em Portugal a certificar o SGA de todos os restaurantes. Cada restaurante tem um responsável pela monitorização dos indicadores ambientais (como consumo de água, energia, entre outros) e regista-os numa aplicação informática. Anualmente, é elaborado um relatório de desempenho ambiental por restaurante.

Além daqueles objectivos, a McDonald’s pretende instalar, até 2025, carregadores eléctricos em todos os McDrive e «chegar ao final de 2022 com 128 carregadores eléctricos instalados em 64 McDrive, sendo que actualmente 49 desses restaurantes (75) já os possuem». Marta Amaro adianta ainda que, até 2025, pretendem que toda a frota do escritório seja 100% eléctrica/híbrida e que até 2030 estimam reduzir, a nível global e em parceria com os franquiados, a emissão de gases de efeito de estufa em 36% nos restaurantes e escritórios, tendo como base de referência os valores do ano de 2015; e reduzir 31% a intensidade das emissões (por tonelada métrica de alimentos e embalagens) em toda a cadeia de abastecimentos.

ACÇÕES DE RESPONSABILIDADE SOCIAL COM OS COLABORADORES

Em conjunto com os seus franquiados, a McDonald’s Portugal apoia anualmente mais de 250 instituições locais.

«No âmbito dos nossos valores de devolver à comunidade parte daquilo que a mesma nos dá, foi criado, em 2015, o projecto “Get a Smile”.» Este pretende ser um espaço de iniciativas de apoio à Fundação Infantil Ronald McDonald e a outras instituições de solidariedade social, mas também a outras acções que se enquadrem nos valores da marca.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Sustentabilidade e Responsabilidade Social”, publicado na edição de Dezembro (n.º 317) da Marketeer.

Artigos relacionados