Más experiências com sinistros colocam em risco 170 mil milhões de dólares em prémios

As reclamações referentes a más experiências com sinistros podem colocar em risco 170 mil milhões de dólares em prémios de seguros, a nível global, até 2027, alerta a Accenture. No seu mais recente relatório, a consultora revela ainda outro perigo à espreita para as seguradoras: as ineficiências nos processos de subscrição podem custar outros 160 mil milhões de dólares ao sector, ao longo dos próximos cinco anos.

Em Portugal, o estudo “Why AI in Insurance Claims and Underwriting?” mostra que as reclamações correspondem a 301 milhões de euros de quebra potencial. Deste total, 73% diz respeito a seguros automóveis. Relativamente à alteração de subscrições, antecipam-se quebras potenciais de 319 milhões de euros.

A nível global, um terço (31%) das pessoas que reclamaram não estavam totalmente satisfeitas com as suas experiências na resolução de sinistros de seguros residenciais e de automóveis nos últimos dois anos. Dessas, seis em cada 10 citaram problemas de velocidade de liquidação e 45% apontou problemas com o processo de resolução.

Segundo a Accenture, a insatisfação em torno da experiência de sinistros é um dos principais motivos que levam os clientes a trocar de seguradora: quase um terço dos que se mostraram insatisfeitos afirmou ter mudado de seguradora nos últimos dois anos e 47% pensa fazê-lo.

IA é a solução

As tecnologias de Inteligência Artificial IA) poderão ser a solução, indica o mesmo relatório, uma vez que permitem melhorar o processo de reclamação. Nesse sentido, quase dois terços das seguradoras planeiam investir 10 milhões de dólares em inteligência artificial, automação e machine learning.

Quatro em cada cinco (79%) executivos da área de seguros inquiridos acreditam que a automação, IA e análise de dados com base em machine learning podem contribuir para a eficiência em toda a cadeia de valor de sinistros – desde sinalizar sinistros fraudulentos até à avaliação de danos e estimativa de perdas, reserva, ajuste, optimização de processamento e sub-rogação.

«A IA já não é uma tecnologia do futuro, mas uma capacidade estabelecida que muitos executivos da área de seguros já estão a colocar em prática para oferecer melhores experiências aos clientes e capacitar a sua força de trabalho», comenta Bruno Valério, managing director da Accenture Portugal, responsável pela área de Serviços Financeiros.

De acordo com o mesmo profissional, «à medida que as pessoas e a IA colaborarem na questão dos seguros, as empresas poderão reformular a forma como operam, tornando-se mais eficientes, fluidas e adaptáveis. Aqueles que já estão a tirar partido da IA poderão criar uma vantagem competitiva sustentada».

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