Marketização na captação de talento

Por Catarina Rochinha, Marketing manager for  Talent da Xpand IT

Será necessário retroceder à Antiguidade Clássica para chegarmos às verdadeiras origens do conceito de Marketing. Representado, actualmente, em diversos modelos – directo, indirecto, social, endomarketing, viral, conteúdo, pessoal, relacionamento e produto – o conceito desta ciência remete a uma série de estratégias, técnicas e práticas que visam agregar valor a determinadas marcas com o objectivo de atribuir uma maior importância às mesmas. Diversos estudos enumeram a sua evolução em três grandes fases – utilizado até meados da II Guerra Mundial com o único objectivo de difundir o produto (Marketing 1.0); presente no final dos anos 80 tinha como foco a apresentação de várias opções de compra conforme os gostos do cliente (Marketing 2.0); e, por fim, no início do milénio deparámo-nos com a necessidade de vender o produto, mas, também, de trabalhar o impacto que irá causar no consumidor (Marketing 3.0).

Existem, ainda, teses de estudiosos como Philip Kotler que fundamentam a existência do Marketing 4.0, remetendo para a verdadeira explosão do consumo de conteúdo digital. Hoje, conseguimos ir ainda mais longe: Marketing 5.0. Numa era cada vez mais competitiva, é obrigatório recriar e inovar na resposta a novas necessidades. O Talent Marketing e Employer Branding vieram mudar o paradigma do que poderia ser apenas uma estratégia de marketing e comunicação para recursos humanos, para exigir uma enorme importância na reputação, credibilidade e gestão da marca de uma empresa.

Cada vez mais comum em empresas do mundo tecnológico com foco B2B, esta área é responsável pela construção de awareness e gestão da marca enquanto entidade patronal – além disso, desenvolve técnicas de atracção, aquisição e lida com o candidato, como um cliente. Este departamento, quando implementado correctamente, permite o aumento da notoriedade, experiência e ligação com a marca. Aliado aos peers de RH, resulta na criação de uma estrutura profissional sólida, fomentada na arte de recrutar, treinar e, ainda, captar o talento dos melhores profissionais. Com o objectivo de conseguir garantir uma experiência positiva individual e, ainda, em termos colectivos, assumir um nível de produtividade superior aos concorrentes.

No mundo das empresas de Tecnologias de Informação (TI), a necessidade de implementação de áreas de Talent Marketing é crucial. Existem dois grandes desafios: a discrepância referente à elevada oferta face à falta de competências por parte da procura e a capacidade de, face ao aliciamento da concorrência, conseguir desenvolver estratégias cativantes que beneficiem os profissionais ao ponto de conseguir captar e reter todo o talento na organização. Assim sendo, mais do que desenvolver um determinado tipo de projecto com os olhos postos ‘nos grandes palcos’, os profissionais devem ter a percepção de que integram um todo, com o objectivo de conseguirem visionar um futuro a médio e longo prazo na empresa que representam.