Marcas com Marca: Adico, a cadeira portuguesa quer chegar ao Japão

Marcas com MarcaMultimédia
Maria João Vieira Pinto
06/06/2025
09:58
Marcas com MarcaMultimédiaNotícias
Maria João Vieira Pinto
06/06/2025
09:58
Partilhar

O mais provável é que já se tenha sentado numa cadeira da Adico. E isto só porque a larga maioria de esplanadas em Portugal têm precisamente… cadeiras da marca.

Aquelas cadeiras de ferro bem típicas dos cafés portugueses, que foram criadas em 1930 por Adelino Dias Costa, considerado um dos grandes empresários do seu tempo, nascido em Avanca e que depois de aos 20 anos se ter mudado para Lisboa para cumprir o serviço militar começou a trabalhar na arte que o encantava: a serralharia.

«Um empreendedor, um homem com uma visão muito grande, a viver a euforia dos anos 20 (…) e cuja paixão pela arte da serralharia se manifestou rapidamente. A empresa começou nos anos 20 com pequenos móveis metálicos, mas nos anos 30 avança para duas áreas distintas, as esplanadas e mobiliário hospitalar», recorda hoje o CEO, Miguel Carvalho, lembrando ainda – em conversa no Podcast Marcas com Marca – a visão de mercado e «visão empresarial muito fortes», com a Adico a ser a primeira a ter dentro de portas uma máquina de fazer tubo.

Homem do mundo, a sua inspiração natural e a sua ligação à escola Bauhaus terão, juntas, ajudado a escrever os primeiros desenhos. Com a assinatura “Durabilidade e Barateza”, para o conseguir optou por construir peças simples: «Teve a capacidade de criar uma cadeira que ganhou várias cópias», diz.

Em paralelo com o mobiliário de exterior, a Adico sempre trabalhou, ainda, o hospitalar, sendo que em 2019 – ano em que esta área de negócio não representava mais de 5% – as cinco sócias entenderam que na passagem de testemunho para a geração seguinte não queriam que este segmento acabasse. A decisão passou pela compra de uma unidade industrial, sua concorrente, com a criação de uma empresa paralela – Adico Care – e gestão orientada para o crescimento.

Na Adico, a cadeira portuguesa representa cerca de 40% das vendas. Por isso, são vários os trabalhos para continuar a alimentar resultados. «Afirmamo-nos como uma empresa de exterior, mas enquanto empresa com 100 anos vamos aos nossos arquivos e estamos constantemente a apresentar novos clássicos e parcerias», destaca Miguel Carvalho. Entretanto, aliás, há uns anos a empresa abre-se a designers externos, o que tem ajudado também na internacionalização da marca.

A exportar para cerca de 30 países, também aqui os ventos são de mudança tentando a gestão actual mudar a exportação por internacionalização. «Estamos a apostar em serviço e na comunicação da marca a nível local», revela. Este ano, Japão, Canadá e Austrália são os três países escolhidos para crescer este ano, com entrada no primeiro.

Mais histórias e estratégias no Podcast Marcas com Marca da Marketeer, em www.marketeer.sapo.pt, Youtube e Spotify.

*A jornalista escreve segundo o Antigo Acordo Ortográfico


Notícias Relacionadas

Ver Mais