Impulsionando a electrificação, a Kia aposta em mobilidade sustentável e inovação para conquistar o mercado automóvel nacional.
A Kia está a redefinir o futuro da mobilidade com o Plan S, uma estratégia focada em electrificação, design e tecnologia. A marca partilha a sua visão para liderar o mercado automóvel, com destaque para o crescimento em Portugal e inovações disruptivas. Miguel Santos, director de Marketing da Astara, distribuidora oficial da Kia em Portugal, revela como a marca planeia alcançar esses objectivos.
Qual é a visão da Kia, uma das marcas com maior dinâmica no mercado, sobretudo no domínio da electrificação?
A Kia tem uma visão holística da sustentabilidade. Isto quer dizer que não está apenas focada no desenvolvimento e fabrico de automóveis, mas também em criar soluções integradas que respondam às verdadeiras necessidades de pessoas e empresas e que ofereçam uma mobilidade mais eficiente, rápida e segura.
É com base neste princípio que tem em curso um plano estratégico global de médio-longo prazo, designado por “Plan S”, cujo objectivo é transformar a Kia num fornecedor de soluções de mobilidade sustentável, assumindo-se como um motor de mudança num quadro de emergência climática.
O eixo central desta estratégia, que se consubstancia num investimento de cerca de 26 mil milhões de euros até 2028, é a expansão da gama EV, que se encontra em plena concretização, a par com o incremento da gama de modelos híbridos, por forma a acomodar a flutuação na procura de veículos eléctricos. Contemplada está também a entrada em novos mercados, como o dos comerciais ligeiros, protagonizada pela gama PBV (Platform Beyond Vehicle), uma oferta pioneira e disruptiva que representa um novo paradigma no segmento.
Somos já um dos maiores players globais do sector, com vendas superiores a 3 milhões de unidades em 2024, mas esta estratégia abre portas para outros patamares. O objectivo é atingir 4,3 milhões de unidades em 2030, das quais 2,4 milhões relativas a veículos electrificados – e, destes, 1,6 milhões 100% eléctricos. Ou seja, no final da década, cerca de 55% do mix de vendas da Kia terá algum tipo de electrificação.
Como tem sido a aposta no mercado dos eléctricos?
A oferta de modelos eléctricos da Kia assenta em três pilares: eficiência, tecnologia e design, a partir de uma plataforma dedicada desenvolvida pela marca, designada E-GMP – Electric Global Modular Platform, que abre um mundo de possibilidades do ponto de vista do desenvolvimento de produto.
Toda a gama eléctrica Kia se destaca pelas autonomias elevadas e velocidades de carregamento que proporciona, o que reduz a ansiedade da mudança para um modelo eléctrico e resolve o principal ponto que ainda subsiste como dúvida na mente dos consumidores. O novo EV3, por exemplo, possui a maior autonomia do seu segmento (até 605 km), podendo obter 202 km de autonomia em apenas 15 minutos de carregamento. Já a exclusiva tecnologia de carregamento de 800V ultra-rápida está presente nos modelos EV6 e EV9, sendo a Kia uma das poucas marcas a disponibilizar esta tecnologia.
Outro aspecto a realçar é a tecnologia orientada para as pessoas. Os modelos Kia são expoentes de inovação tecnológica em matéria de conectividade, conforto e conveniência, mas também de segurança, com soluções de última geração.
Finalmente, a nossa linguagem de design premiada “Opposites United”, exclusiva da gama EV, veio estabelecer novos padrões em termos visuais, mas também de funcionalidade. Os Kia destacam-se claramente na estrada e creio que existem poucas marcas com uma identidade tão vincada.
Como tem evoluído a gama eléctrica da KIA?
O primeiro modelo da plataforma eléctrica dedicada da Kia foi o EV6, um modelo disruptivo que representou uma declaração de intenções da marca para o que viria a seguir, e cujo reconhecimento surgiu rapidamente, com a vitória no Carro do Ano Europeu – COTY, em 2022.
Posteriormente, lançámos o EV9, o nosso topo de gama, que tem um lugar especial na marca, não só por inaugurar a nova filosofia de design, mas também pela forma como preconiza o que de melhor sabe fazer em matéria de tecnologia.
Mais recentemente, foi a vez do EV3 chegar ao mercado, o que nos permitiu entrar num dos segmentos mais importantes, o dos SUV eléctricos compactos. Beneficia de muito do que trouxe o EV9, mas num formato mais ligeiro.
Até final do ano, chegará o EV4, para preencher a oferta no segmento C, com uma carroçaria Sedan e Hatchback, e, mais tarde, o EV5, um SUV de dimensões médias para o segmento D. Em 2026, iremos introduzir o EV2, um SUV de segmento B, que terá uma relevância enorme na estratégia de eléctricos da Kia, pois será o modelo de entrada para a gama.
Serão seis modelos 100% eléctricos, baseados numa mesma plataforma e base tecnológica, que colocarão a Kia entre as marcas com uma oferta eléctrica mais completa.
Voltando à gama PBV: o que destaca nesta nova linha?
É um passo que ilustra na perfeição o espírito pioneiro e disruptivo da Kia, e que ao mesmo tempo espelha a determinação em imprimir um novo ímpeto ao mercado global de EV.
É uma linha para fins específicos, totalmente eléctricos e customizáveis em função da solução pretendida, que assinala a entrada da marca no segmento de comerciais ligeiros.
Esta gama assenta numa plataforma dedicada, a E-GMP.S (Electric Global Modular Platform for Service), que permite configurações flexíveis através de um sistema de carroçaria modular. Representa um novo terreno de inovação e lança as bases para uma nova forma de utilização dos veículos eléctricos, com níveis excepcionais de flexibilidade e modularidade.
O primeiro modelo será o PV5, apresentado recentemente e que tem chegada a Portugal prevista para Outubro.
A Kia tem sido uma das marcas mais premiadas nos últimos anos. Que significado tem este reconhecimento?
Os muitos prémios que a marca tem recebido – foram mais de 40 desde 2021, nacionais e internacionais – são o reconhecimento da década de transformação da Kia e da forma como tem sabido liderar as tendências trazidas pela electrificação. Um destaque especial ao prémio de Carro do Ano Europeu para o EV6, em 2022, e para os de Carro do Ano Mundial ao EV9 e EV3, em dois anos consecutivos. Só no capítulo do design, a marca arrecadou nove prémios internacionais, incluindo cinco dos prestigiados Red Dot.
A relevância e expressão global que têm muitos destes prémios geram efeitos directos na notoriedade da marca e um impacto positivo no desempenho comercial dos modelos.
Como tem sido a evolução da Kia em Portugal?
O espírito transformador da Kia a nível global tem gerado uma influência positiva nos diversos mercados. Portugal não é excepção e é parte activa desta renovação e crescimento.
De há 10 anos para cá, também o público consumidor nacional assistiu a uma verdadeira metamorfose na marca, à vista de todos. Diria até que estudar este processo será um dos exercícios mais interessantes da indústria automóvel recente.
O mercado português tem respondido afirmativamente a esta mudança e temos batido recordes de vendas sucessivamente, atingindo 7500 unidades em 2024. Mantivemos no ano passado uma posição de destaque no segmento de particulares, onde continuámos a ocupar uma posição de relevo, ao mesmo tempo que reforçámos a nossa presença no segmento de frotas, um canal de crescente relevância para a marca.
Que pilares destaca neste processo de crescimento nacional?
Em primeiro lugar, a aposta em electrificação numa escala mais alargada, o que veio a provar-se ser o rumo certo – em 2024, os modelos electrificados já representaram 35% do total de vendas em Portugal. Isto é fruto de uma renovação da gama, com novas propostas electrificadas em praticamente todos os segmentos, introduzindo soluções híbridas HEV, PHEV ou 100% eléctricas. Em simultâneo, mantivemos a oferta de motorizações de combustão em vários modelos. Estamos fortemente empenhados na mobilidade eléctrica, mas temos a consciência de que ainda existem muitos clientes que não estão preparados ou não têm condições para adquirir um carro eléctrico. Nesse sentido, continuamos a manter e a actualizar a nossa oferta de modelos a combustão, como o Picanto, Stonic, XCeed e Sportage, modelos emblemáticos da Kia que vamos querer manter no portefólio.
Este processo de renovação permitiu-nos passar de uma marca que era vista sobretudo como conservadora para uma marca líder em design e tecnologia, algo que claramente apela a uma faixa etária mais jovem ou a um grupo de consumidores que valoriza especialmente estes aspectos. Isto é algo que robustece a resiliência e sustentabilidade do nosso modelo de negócio, por alargar o universo de potenciais clientes e criar ligações mais fortes com as gerações mais jovens.
Outro aspecto muito relevante é o trabalho feito pela rede de concessionários, cuja evolução tem sido notável e tem suportado a crescente oferta de produto e awareness de marca.
Quais são os objectivos até final do ano em Portugal?
Passam sobretudo por manter esta trend de crescimento, suportado por uma oferta de modelos 100% eléctricos que irá cobrir todos os segmentos de mercado. E reforçar a nossa posição competitiva nos modelos de combustão. Dispomos de uma oferta transversal e queremos atingir em 2025 um novo recorde de vendas, com uma estimativa de cerca de 8 mil unidades, através da consolidação no segmento de particulares e do robustecimento da nossa presença no corporate.
Este artigo faz parte do Caderno Especial “Marcas e mercado automóvel”, publicado na edição de Maio (n.º 346) da Marketeer.
