GEO é o “novo” SEO e o seu website pode nem entrar na conversa

NotíciasOpinião
Revista Marketeer
15/05/2025
20:02
NotíciasOpinião
Revista Marketeer
15/05/2025
20:02
Partilhar

Por Rafael Almeida, Head of SEO, NOS e docente no IPAM Porto

Durante anos, fazer SEO foi sinónimo de levar tráfego ao website. Criava-se conteúdo, otimizavam-se títulos e procuravam-se backlinks. O objetivo era sempre o mesmo, subir na SERP (Search Engine Results Page) e conseguir atrair cliques. Mas a próxima geração de motores de pesquisa já começa a jogar segundo outras regras.

Com a entrada do AI Overview em Portugal, o Google deu um passo claro para transformar o motor de pesquisa num motor de resposta. Em vez de sugerir links, apresenta resumos diretos, criados por inteligência artificial (IA), com base nas fontes que considera mais fiáveis. E se a sua marca não estiver entre elas, simplesmente não aparece.

A visibilidade deixou de ser um destino (o website) e passou a ser um ponto de contacto distribuído. O utilizador não quer explorar, quer resolver e solucionar na própria SERP.

Mais do que isso, está a caminho o AI Mode, uma funcionalidade que permitirá ao utilizador interagir com a pesquisa de forma conversacional, isto é, falar com o Google como se fala com um assistente, usando perguntas contextuais, seguimento de temas e sem necessidade de navegar por várias páginas. Quando isto acontecer, a consulta direta aos websites vai tornar-se ainda mais rara. Assim, o conteúdo precisa de estar preparado para ser absorvido e não apenas visitado.

É aqui que entra o conceito de GEO – Generative Engine Optimization. Não é um substituto do SEO, mas antes a sua evolução natural. Se antes otimizávamos para cliques, agora otimizamos para sermos citados. A pergunta é: quando a IA responde, a sua marca faz parte da resposta?

Para isso, o SEO tático de outrora não basta. A marca precisa de ser compreendida como uma entidade e não apenas como um conjunto de páginas. Precisa de ter profundidade, consistência e presença externa validada.

Sim, os fundamentos continuam a contar: responder à intenção de pesquisa, estar bem posicionado, usar estrutura clara e títulos informativos. Contudo, isso já é o mínimo. Agora, é preciso mais:

●     Organizar o conteúdo como um ecossistema: não são os artigos que se posicionam, é o contexto que se impõe, como Clusters, ligações internas e percursos lógicos.

●     Respostas curtas dentro de conteúdo longo: a IA não lê tudo, mas extrai. Parágrafos claros, listas, H2 com função semântica.

●     Presença em fontes externas: se a sua marca não existe fora do seu website, a IA não a reconhece como entidade, daí a necessidade de trabalhar a autoridade fora da casa.

●     Dados estruturados bem aplicados: schema markup não é apenas para rich snippets. É para ensinar a IA a interpretar, classificar e citar.

Este novo paradigma exige uma mudança de mentalidade. O conteúdo deixou de ser uma ferramenta de atração e passou a ser uma peça numa rede maior de significado. E o tráfego? Continua a importar, mas passa a ser uma consequência, não o fim em si.

Mudam-se também as métricas: impressões, citações, menções e pesquisas de marca são novos sinais de visibilidade efetiva. O que interessa é saber se estamos presentes nos momentos em que a IA responde por nós, porque esse é o futuro. Um utilizador faz uma pergunta, a IA responde, e é nessa resposta que queremos estar. Mesmo que nunca visitem o website.


Notícias Relacionadas

Ver Mais