Texto: Sérgio Carvalho, Director de Marketing da Fidelidade
Saúde, assistência e poupança são os três pilares fundamentais que orientam a missão da Fidelidade no seu novo olhar sobre a longevidade.
Começámos a falar de longevidade como um dos nossos eixos estratégicos em 2022. A campanha “Fidelidade a Todas as Idades” marcou o início de um caminho que não tem sido apenas nosso, mas de todos aqueles que acreditam que viver mais é um privilégio que merece ser aproveitado com dignidade e saúde.
Se na Fidelidade já temos alguns marcos importantes para celebrar, temos sobretudo consciência do muito que ainda está por fazer. Basta olharmos para três pilares fundamentais que nos orientam nesta missão: saúde, assistência e poupança. É à luz destas três máximas que queremos construir um novo olhar sobre a longevidade.
UMA NOVA ABORDAGEM À LONGEVIDADE
Falar de longevidade é, acima de tudo, falar de pessoas. De cada ciclo de vida. De cada geração. Desde o dia em que nascemos até que nos despedimos. Sem atalhos – apenas um percurso contínuo, com desafios e descobertas, com conquistas e transformações.
Viver mais não é, por si só, suficiente, nem sequer sinónimo de algo positivo. É imperativo viver melhor. E nesse percurso, surgem desafios e obstáculos. Mas também oportunidades de fazer melhor.
Num mundo que muda à velocidade de um clique, nós também mudámos. Os 80 de hoje não são os 80 de ontem. E o que significa ter 60 anos está a ser reescrito todos os dias.
A Europa está a envelhecer. E este fenómeno demográfico traz consigo profundas alterações nos comportamentos dos consumidores. As suas necessidades transformam-se, as suas escolhas tornam-se mais exigentes. Por isso nós, enquanto marca, temos de evoluir com eles. Talvez este seja, de facto, o maior desafio da nossa era: responder a um novo paradigma onde a longevidade exige não apenas adaptação, mas reinvenção.
Assumimos que não temos todas as respostas. Mas temos algo igualmente importante: a coragem de fazer as perguntas difíceis. A determinação de Pensar Maior. E o compromisso de construir, com os nossos clientes, um futuro mais alinhado com aquilo que somos, com o que precisamos, e com o planeta onde vivemos.
SAÚDE: O CENTRO DA LONGEVIDADE
Quando falamos de longevidade, inevitavelmente falamos de saúde. É, talvez, o pilar mais evidente, mas também o mais complexo.
O cenário que se desenha não é simples. O aumento de doenças crónicas, os desafios neurológicos em idades avançadas, os impactos das alterações climáticas na saúde pública, a crescente crise de saúde mental – todos estes factores pressionam os sistemas de saúde e, por arrasto, também o sector segurador.
Do outro lado da balança, temos uma medicina em constante evolução, mais precisa, mais preditiva, mais personalizada. Mas esta evolução tem um custo. O acesso à saúde tenderá a tornar-se mais oneroso e por isso mais difícil. E se quisermos garantir acesso para todos, não podemos simplesmente transferir esse aumento para os preços dos seguros. A maioria da população não conseguiria acompanhar.
Hoje, o mercado corporativo garante o acesso à saúde na idade activa. Mas e depois? E os mais jovens? E os mais velhos? A resposta não pode ser única, nem isolada.
Uma parte da solução está, sem dúvida, na prevenção. Promover hábitos de vida saudável é um caminho evidente e sobre o qual temos vindo a actuar. Mas é apenas uma parte. Precisamos de construir uma resposta mais ampla, que inclua também assistência e cuidados personalizados, sobretudo para as gerações 60+, e a planificação estruturada e faseada que permita uma saída real do mercado de trabalho, com condições para a continuidade de uma vida activa, autónoma e digna, para não corrermos, num futuro próximo, o risco de um sério desequilíbrio entre população activa e inactiva. E isto exige um novo modelo de actuação.
VIDA E ASSISTÊNCIA: SER PRESENÇA QUANDO MAIS IMPORTA
A nossa ambição é clara: queremos ser mais do que uma seguradora. Queremos ser um parceiro de confiança, presente nos momentos em que a vida pede ajuda, suporte e conforto. A realidade é que a resposta pública não é, hoje, suficiente. E, em boa verdade, todos o sabemos.
Por isso, temos como objectivo investir numa rede de cuidados que permita que a vida seja vivida com dignidade – mesmo quando surgem as fragilidades. Já iniciámos esse percurso com a nossa App Sofia e através da colaboração com parceiros especializados. Mas queremos mais e sabemos que temos de ir muito mais longe.
Queremos contribuir para assegurar a autonomia financeira dos nossos clientes, após a primeira fase da vida activa. Porque nesta altura novas actividades podem e devem surgir para assegurar, não só a manutenção do rendimento, mas sobretudo de uma vida com qualidade e com novos objectivos que motivem a continuar a viver. E temos aqui um potencial de novas actividades onde podemos e devemos actuar. Actividades que sirvam a sociedade em áreas deficitárias de serviços, como os cuidadores, os entertainers para os 60+, a enfermagem e os cuidados médicos e assistenciais.
Da mesma forma, queremos garantir soluções de desacumulação que façam verdadeiramente a diferença quando o tempo deixa de ser só pressa e começa a pedir qualidade. E voltamos à questão essencial: como garantir que os nossos clientes consigam suportar os custos associados a este modelo mais completo?
A resposta só pode ser uma: Saúde + Vida e Assistência + Poupança e Investimento.
EDUCAÇÃO, POUPANÇA E INVESTIMENTO: O FUTURO COMEÇA HOJE
Este é um dos pilares que mais urgentemente precisamos de reforçar. Portugal continua a ser um país com baixos níveis de poupança e de literacia financeira. E a consequência é simples: muitas famílias não estão preparadas para um futuro em que a segurança social, por si só, não será suficiente.
Durante demasiado tempo, acreditou-se que a reforma traria segurança. Mas hoje, todos os indicadores apontam no sentido contrário. E isso exige uma mudança de mentalidade.
A educação financeira deve começar cedo – desde a escola – para que as novas gerações cresçam com uma nova consciência: poupar não é um privilégio. É uma necessidade. Investir não é um luxo. É um dever.
Na Fidelidade, sabemos que, para sermos uma referência nesta área, temos de evoluir. E estamos a fazê-lo. Temos todas as ferramentas, a credibilidade e a solidez para disponibilizar soluções de poupança e de investimento diversificadas, ao longo de toda a vida dos nossos clientes.
É esse o caminho que estamos a trilhar. Um caminho que pretende posicionar-nos, não apenas como seguradora, mas como “educadores”, consultores e parceiros dos nossos clientes, ao longo das várias gerações.
Estamos a investir na literacia financeira, através da colaboração com vários parceiros, quer a nível de instituições de ensino, quer a nível empresarial, e internamente estamos a desenvolver soluções próprias para contribuir para uma educação financeira dos nossos clientes, com um foco relevante nas gerações do futuro. Em breve a App MySavings e o nosso Trusty terão novidades para contar!
Mas queremos também fazer a diferença e acompanhar a cadeia de valor financeiro do cliente em cada momento e ao longo das várias gerações. Por isso é importante termos em casa uma nova solução: a intermediação.
Vamos estar presentes no aconselhamento e na intermediação de crédito, para podermos dar resposta aos nossos clientes também nesta área.
A habitação é uma prioridade para as famílias e para as novas gerações. Conseguirmos estar ao lado dos nossos clientes e dos consumidores nesse momento representa um eixo vital no acompanhamento da protecção integral. Mas há muitos outros momentos onde podemos, e devemos, auxiliar os clientes e consumidores. Por exemplo, na análise da sua solvência financeira, muitas vezes comprometida por más opções ou excesso de recurso ao crédito. Queremos estar capacitados para ouvir, analisar, aconselhar soluções que possam aliviar encargos, aumentando a liquidez e canalizando eventualmente parte dessa para a poupança.
Para que tudo isto seja possível e possamos continuar, como até aqui, a assegurar um bom retorno da poupança e dos investimentos dos nossos clientes, a excelência na gestão do património financeiro é indispensável. Teremos igualmente recursos altamente qualificados e especializados nesta área na Fidelidade, para sermos um actor relevante nesta matéria.
A intermediação e a gestão do património financeiro serão assim novas peças que nos permitirão acompanhar de forma integral a sustentabilidade financeira dos nossos clientes ao longo das várias gerações, contribuindo para que uma maior longevidade possa ser celebrada com qualidade.
UMA ESTRATÉGIA GLOBAL, UM COMPROMISSO COLECTIVO
Para que esta visão se concretize, é necessário que todos os pilares caminhem juntos: Saúde, Vida e Assistência, Poupança e Investimento. E com eles, toda uma estrutura que envolve Clientes, Produtos, Canais de Distribuição, Serviços e Comunicação.
Mas não podemos fazê-lo sozinhos. A longevidade é um desafio colectivo, mas também individual. E por isso, a colaboração com o Estado, com empresas tecnológicas, com prestadores de cuidados e de saúde, com outras instituições financeiras, é essencial.
Só juntos conseguiremos construir um novo modelo, onde sejamos mais do que facilitadores de serviços: sejamos agentes proactivos de bem-estar, saúde, assistência, educação e gestão financeira. Mas, da mesma forma, é essencial que cada um de nós, cada família, se consciencialize que estamos a viver uma nova era e que temos de nos preparar, desde cedo, para o futuro.
Estamos num ponto de viragem. E temos de o assumir. A longevidade será provavelmente um dos maiores desafios sociais deste século e, se bem conduzida, poderá transformar-se numa das maiores conquistas da humanidade.
Este artigo faz parte do Caderno Especial “Seguros”, publicado na edição de Maio (n.º 346) da Marketeer.
