Falta de material-chave afeta produção automóvel global: Marcas já procuram alternativas fora da China

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Marketeer
09/06/2025
21:30
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A indústria automóvel global está a enfrentar uma nova crise que ameaça travar a produção em várias regiões do mundo: a escassez de ímanes de terras raras, essenciais na fabricação de motores, sistemas de direção assistida, sensores e altifalantes. Esta escassez resulta de uma medida imposta pela China em abril, que passou a exigir licenças para exportação destes materiais estratégicos.

Em causa, a atual disputa comercial entre a China e os Estados Unidos que está a ter impactos imediatos em fábricas europeias, norte-americanas e asiáticas, obrigando à redução de turnos e até à paralisação de linhas de produção. Fontes citadas pela agência Reuters revelaram que, até ao momento, mais de 75% dos pedidos de exportação ainda não foram processados, mesmo com o reforço do número de funcionários chineses responsáveis pelos trâmites.

Atualmente, a China detém cerca de 90% da produção global de ímanes de terras raras e controla 70% da mineração e 85% do seu refinamento. Ao apertar o controlo sobre estas exportações, desencadeou-se uma reação em cadeia na indústria automóvel. Marcas como Ford, Suzuki e várias fabricantes europeias foram já forçadas a interromper a produção por falta de componentes.

Cada veículo elétrico consome em média meio quilo destes materiais — o dobro do necessário nos automóveis a combustão. Sem acesso garantido a esta matéria-prima, marcas como GM, BMW, Mercedes-Benz, ZF e BorgWarner admitem não saber por quanto tempo conseguirão manter a atividade normal.

A situação também levou a uma resposta diplomática: representantes de alto nível da China e dos EUA reuniram-se em Londres para discutir a reabertura do fluxo de minerais, mas até ao momento não há avanços concretos, relatam os industriais do setor.

Face ao cenário, as marcas estão a adotar estratégias alternativas. A BMW já apresentou motores elétricos sem ímanes para a sua nova geração de veículos — embora continue a usá-los em sistemas secundários. Paralelamente, está em curso uma corrida global para diversificar fornecedores: nos EUA, há investimentos em projetos como a MP Materials e a Niron Magnetics. Já na Europa, estão a ser aceleradas concessões para novas minas, embora o arranque de uma cadeia completa de produção possa levar anos, de acordo com The Verge.

 

 

 


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