Everything is New: O melhor regresso de sempre

A espera acabou. Depois de uma pausa de dois anos, o NOS Alive regressa ao Passeio Marítimo de Algés entre 6 e 9 de Julho com um dos cartazes mais ambiciosos de sempre. São cerca de 150 os artistas confirmados para o festival, que desta vez se irá prolongar por quatro dias e promete muitas novidades para matar as saudades dos festivaleiros.

«As expectativas são mais altas do que nunca, de tal forma que adoptámos a assinatura #OMelhorRegressoDeSempre. Acreditamos que vai ser uma edição memorável, a melhor de sempre!», assegura Álvaro Covões, fundador e director da Everything is New, a promotora do festival. Quanto à aposta em estender o festival ao longo de quatro dias, «acabou por ser uma feliz coincidência, no sentido em que se conjugaram todos os factores essenciais para podermos oferecer ao público mais um dia de celebração, depois de dois anos de espera», sublinha.

O cartaz traz a Portugal artistas e bandas internacionais como The Strokes, The War On Drugs, Stromae (dia 6), Florence + The Machine, Jorja Smith, Alt-J (dia 7), Metallica, Stormzy, Royal Blood (dia 8), Imagine Dragons, Haim e Two Door Cinema Club (dia 9). Para o último dia está também reservado o aguardado regresso aos palcos dos Da Weasel, que irão apresentar um espectáculo único ao fim de 12 anos de interregno.

Como já é costume, o festival vai contar com sete palcos espalhados pelo recinto, nomeadamente Palco NOS, Palco Heineken, EDP Fado Café, Coreto, Palco Comédia, Pórtico e o renovado WTF Clubbing. Antigamente designado NOS Clubbing, o palco dedicado à música electrónica surge assim sob uma nova designação. «O WTF Clubbing vem completar o festival, uma vez que, para além de ser uma marca que faz parte do grupo do nosso naming sponsor, é uma marca que coincide muito com o público do festival, portanto achámos que podia ser um bom reforço na comunicação e no posicionamento do palco», afirma Álvaro Covões.

Entre outras novidades, a edição deste ano do NOS Alive contará com algumas alterações operacionais em prol do bem-estar das 55 mil pessoas por dia que são esperadas no recinto, tal como a criação de uma segunda zona de casas de banho, para evitar que os festivaleiros confluam em simultâneo para a mesma zona do recinto.


SEGURANÇA E ACESSIBILIDADE GARANTIDAS

Ao todo, são esperados mais de 210 mil visitantes no total dos quatro dias do NOS Alive (cerca de 20 mil dos quais estrangeiros). Para garantir a sua chegada e partida do festival da maneira mais eficiente e segura possível, a Everything is New fechou parcerias com a CP, a Carris e operadores de táxis.

Ao nível de serviços e acessibilidades, o NOS Alive contará ainda com o MB WAY enquanto facilitador de pagamentos (antes e durante o evento), estando ainda a ser preparada uma acção com a Teleperformance para o esclarecimento de dúvidas ou até de informações úteis sobre o festival.

Além disso, e à semelhança das edições anteriores, o NOS Alive mantém as plataformas de mobilidade condicionada (com serviço de encaminhamento e recepção das pessoas com mobilidade condicionada) e o stand de apoio a grávidas, oferecendo assim condições para que possam assistir aos concertos de forma mais calma e segura possível.

Mas estas não são as únicas prioridades: desde que foi criado, em 2007, o NOS Alive tem feito da sustentabilidade uma das suas bandeiras, o que se reflecte nas diversas acções que são realizadas antes, durante ou após o festival. Desde a política de brindes úteis e reutilizáveis ao facto de 90% da energia eléctrica ser da rede, passando por um programa de combate ao desperdício alimentar, pelo incentivo à utilização de transportes públicos, pela promoção da reciclagem (dispondo inclusive de mobiliário urbano que foi construído com materiais reciclados do lixo produzido no festival) e pela utilização de bicicletas e carrinhos de golfe eléctricos durante as montagens e o próprio festival, várias são as iniciativas que têm tornado o NOS Alive um exemplo ao nível da sustentabilidade.

«Basicamente, fomos inovadores [na área da sustentabilidade nos eventos]. Todos os anos, fizemos questão de termos iniciativas mais “verdes” e 14 edições depois já não vemos isso como novidade ou como ponto de comunicação. Já é a nossa forma de estar e de trabalhar, já não sabemos fazer de outra forma», frisa Álvaro Covões.

E porque o impacto do NOS Alive não se limita aos dias em que o festival é realizado, a Everything is New continua, na área da sustentabilidade social, a financiar duas bolsas anuais para o Instituto Gulbenkian Ciência, no que representa uma parceria inédita entre o mundo da Ciência e os festivais de música. «Ao fim de 15 anos, temos muito orgulho em dizer que já demos oportunidade a 20 estudantes de integrarem uma carreira científica através destas bolsas. O que, no fim do dia, pode fazer a diferença na construção de um mundo melhor», frisa o director da Everything is New.


PROMOVER A CULTURA SEMPRE

A pandemia de Covid-19 espoletou a crise do sector português dos eventos. Não só nos festivais de música, mas em muitas outras áreas da Cultura, centenas de eventos foram cancelados ou adiados um pouco por todo o País. Contudo, este período tem sido também uma prova de resiliência para os players do sector e a Everything is New nunca baixou os braços, tendo, por exemplo, organizado no ano passado a exposição “Rapture”, do artista e activista político chinês Ai Weiwei.

«A Everything is New reinventou-se, obrigando-se a ser corajosa. Assim que vimos uma oportunidade de dar o primeiro passo para abanar o mercado, foi o que fizemos e montámos de raiz a maior exposição temporária da Europa em 2021, com um dos artistas de maior renome internacional, não só enquanto activista político, mas como defensor dos direitos humanos», sublinha Álvaro Covões. «A exposição do Ai Weiwei foi um fenómeno que vai ficar para a história. Isto por duas razões: o contexto em que foi criada e implementada, e a mensagem inerente à divulgação do seu trabalho enquanto artista», reitera.

De acordo com o empresário, mais do que pensar no impacto do Plano de Resolução e Resiliência (PRR) para a retoma do sector, que vai acabar por chegar mais cedo ou mais tarde, importa reflectir sobre o investimento a longo prazo no sector e promover o acesso do público português aos conteúdos da cultura e a mudança de hábitos culturais. «Sobre o papel do Governo e o PRR, estamos cá para ver. Até agora não posso dizer muita coisa, mas reconheço boa vontade, o que já é um princípio. Mas a boa vontade não chega. Precisamos de mais. Precisamos de apoios, sobretudo para a classe profissional. Queremos trabalhar, queremos transformar a cultura num hábito na vida de cada português. Não é admissível que as estatísticas mostrem que cada português compra apenas um bilhete para um espectáculo, de dois em dois anos», refere Álvaro Covões.

«Isto é o retrato profundo da nossa sociedade. Se queremos fugir desta realidade temos de mudar. E só se muda fazendo e comunicando. Só se muda incentivando ao consumo daquilo que pode transformar mentalidades: a cultura. E transformar mentalidade é transformar o mundo. Mas, para isso, temos de mudar as políticas culturais dos últimos 40 anos. O Governo tem de trabalhar em conjunto com o sector privado da cultura, por forma a aumentar hábitos culturais e garantir a todos os portugueses, sem excepção, o acesso à cultura», conclui.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Marcas na Música”, publicado na edição de Junho (n.º 311) da Marketeer.

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