Estudo: reputação da marca é o maior benefício de investir em sustentabilidade

O estudo CxO Sustainability 2022, da Deloitte, mostra que a sustentabilidade é uma preocupação já enraizada junto dos executivos C-Level (como CEO, CFO ou CMO) e que as motivações podem variar significativamente. Ao contrário do que poderia ser de esperar, são poucos os líderes a apontar factores financeiros como possíveis benefícios da adopção de acções de sustentabilidade.

O reconhecimento e a reputação da marca surgem como os maiores benefícios (49%), seguindo-se a satisfação dos clientes (46%), o combate às alterações climáticas (43%) e a moral e bem-estar dos colaboradores (42%). Só depois surgem a receita de negócios de longa duração (28%) ou os custos de investimento e margens operacionais (30%).

O mesmo estudo, que contou com a participação de 2.083 executivos de 21 países a nível mundial, revela ainda que quase todos já sentiram os efeitos das mudanças climáticas, levando a um interesse maior por medidas que ajudem a mitigar consequências: 81% dá conta de impactos por eventos climáticos (calor extremo, incêndios florestais, aumento de tempestades, etc.) no último ano.

Verifica-se ainda que 77% dos executivos sente pressão para agir por parte de stakeholders, nomeadamente reguladores/governos, consumidores, sociedade civil ou colaboradores.

Mas será que passam das palavras à acção? Segundo a Deloitte, a maioria manifesta a intenção clara de agir e garantir uma mudança. Porém, nota-se “uma desconexão entre o reconhecimento e ambição manifestados e a acção desenvolvida pelas empresas.” Aliás, apenas 19% dos inquiridos implementou pelo menos quatro das cinco acções que a Deloitte considera fundamentais neste âmbito (desenvolvimento de novos produtos ou serviços mais sustentáveis, exigir que fornecedores e parceiros adoptem medidas, actualizar ou realocar instalações, incorporar considerações climáticas em acções de lóbi e doações políticas e indexação da remuneração dos líderes ao desempenho de sustentabilidade da empresa).

«O papel das empresas no combate às alterações climáticas é fundamental, enquanto indutoras do consumo global. As empresas que se atrasarem neste caminho, que pressupõe a adopção de significativas acções de sustentabilidade, dificilmente resistirão no futuro enquanto organizações», alerta Afonso Arnaldo, partner da Deloitte e Corporate Responsibility & Sustainability leader.

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