Este projecto quer combater as desigualdades na escola com actividades “cool”

“A Minha Escola é Cool” é o nome de um novo projecto da Ajuda em Ação que nasce com o objectivo de combater as desigualdades entre alunos e promover a inclusão social. O programa promove actividades de desenvolvimento pessoal para aquisição de competências que melhorem os comportamentos ao nível do autocontrolo e reconhecimento das emoções, para uma conduta social mais participativa e integrada na vida escolar e, no futuro, maior facilidade de progressão social.

Tudo começou em 2019, no Agrupamento de Escolas de Camarate, no concelho de Loures, e com foco nos alunos do 1.º Ciclo do Ensino Básico. A elevada taxa de absentismo escolar, bem como os variados problemas relacionados com a indisciplina dos alunos foram algumas das problemáticas apontadas pelo agrupamento de escolas que dificultam a aquisição de aprendizagens com qualidade e o consequente progresso nos estudos.

Para a Ajuda em Ação, estas questões têm origem no contexto de comunidade em que a escola se insere: se as famílias passam por muitas dificuldades financeiras, sociais e de saúde e se não as conseguem resolver, as futuras gerações vão estar sujeitas a uma situação de cada vez mais dificuldade em sair deste contexto frágil. E para resolver a situação dentro do recinto escolar cada aluno deve ver as suas necessidades respondidas de forma diferenciada.

De forma a concretizar os objectivos do projecto, a Ajuda em Ação desenvolve então várias acções que envolvem toda a comunidade escolar, como a formação de educadores, professores, técnicos e assistentes operacionais sobre Educação Positiva.

«Existe uma grande comunidade estrangeira na escola e a aprendizagem da língua portuguesa não é fácil, especialmente para uma criança estrangeira cujos pais não a conseguem ajudar. Criámos por isso a oficina de Escrita Criativa, em que a ideia é desbloquear e facilitar a aprendizagem do português e também, por via do acto abstracto. Temos uma pessoa que desenvolve esta oficina no quarto ano e os miúdos escrevem, por vezes, as suas histórias fora da sala de aula, no espaço do recreio, para promover a criatividade», explica, em comunicado, Mário Baudouin, director de Programas da Ajuda em Ação.

Além disso, foi também integrado um animador sociocultural para uma acção próxima e rápida junto dos jovens com maior desregulação comportamental e dificuldade de integração escolar. A criação deste espaço relacional passa também pela organização de actividades lúdicas e a manutenção/decoração do espaço de convívio dos alunos.

«Na Ajuda em Ação entendemos que uma criança deve ter o direito de pensamento criativo e crítico, bem como a ser ouvida. Penso que os alunos dentro de um espaço normativo são os principais autores de mudança desse espaço, impulsionando-a através da escuta activa por parte dos professores. A verdade é que acreditamos que a solução está nas pessoas, e por isso é importante criar oportunidades que lhes permitam desenvolver todo o seu potencial para, assim, alcançarem um futuro melhor», afirma Mário Baudouin.

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