Este é o verdadeiro motivo pelo qual os homens vivem menos…do que as mulheres

Notícias
Marketeer
11/10/2025
15:30
Notícias
Marketeer
11/10/2025
15:30


Partilhar

Durante décadas, tentou-se compreender por que motivo as mulheres vivem, em média, mais tempo do que os homens. Muitas explicações recaíram sobre fatores sociais e comportamentais, como estilos de vida mais arriscados entre os homens ou desigualdades no acesso a cuidados de saúde. No entanto, um novo estudo do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, divulgado recentemente pelo jornal El Español, aponta para uma explicação genética com raízes evolutivas profundas.

Segundo o artigo do El Español, a equipa de investigadores analisou dados de longevidade em mais de mil espécies de mamíferos e aves, comparando a esperança média de vida entre machos e fêmeas. O padrão foi claro: em 72% das espécies de mamíferos, as fêmeas vivem mais tempo, com uma média de 12% superior à dos machos.

Este dado é relevante não apenas para os humanos, mas também para perceber tendências evolutivas que se repetem no reino animal, sugerindo que a longevidade feminina pode representar uma vantagem biológica consistente ao longo da história das espécies.

Uma das principais conclusões do estudo, relatada no El Español, prende-se com a diferença na composição genética entre machos e fêmeas. Enquanto as fêmeas têm dois cromossomas X, os machos têm apenas um. Isto significa que as fêmeas beneficiam de uma espécie de “plano B” genético: se um gene defeituoso estiver presente num dos X, o outro pode compensar. Já nos machos, qualquer mutação negativa no único cromossoma X tem impacto direto, aumentando a sua vulnerabilidade a doenças genéticas.

Este fator ajuda a explicar porque é que, mesmo em espécies em que os comportamentos de risco são menos acentuados, os machos tendem a viver menos tempo.

Apesar do peso da biologia, os investigadores também reconheceram, segundo o El Español, que os comportamentos de risco têm um papel importante, especialmente no caso humano. Homens continuam a ter maior probabilidade de fumar, consumir álcool em excesso, evitar consultas médicas e envolver-se em profissões ou atividades mais perigosas.

Estas atitudes estão muitas vezes associadas ao que a sociedade chama de “masculinidade tóxica”, um conjunto de normas culturais que valoriza a força, a competitividade e a negação da vulnerabilidade. No entanto, o estudo mostra que não é apenas a cultura que explica a menor esperança de vida masculina — existe, de facto, uma base biológica que a agrava.

Outro aspeto destacado no artigo do El Español é a hipótese evolutiva: a longevidade feminina pode ter sido favorecida porque, em muitas espécies, as fêmeas desempenham papéis-chave na criação e proteção da descendência. Ao viverem mais tempo, aumentam as probabilidades de sucesso reprodutivo e continuidade genética, um fator que, do ponto de vista da seleção natural, seria vantajoso.




Notícias Relacionadas

Ver Mais