Esta marca premium portuguesa quer tornar-se Viral

Há uma nova marca portuguesa de marroquinaria de luxo que pretende assumir a igualdade de género como base de todo o design e conceito. Denominada Viral, esta marca foi criada por Dalida de Freitas Durier, uma luso-descendente que escolheu Portugal para lançar o projecto. «Quis criar um produto que não encontrava no mercado e sobretudo através dele veicular um conceito humanístico de igualdade de género», explica à Marketeer, acrescentando que o que procura é um cliente cosmopolita, que se identifica com os valores da Viral da mesma forma que se identifica com o design e com a qualidade do produto.

A Viral nasceu no início da pandemia. Aliás, é daí que surge o nome da marca. «Durante a pandemia o mundo viralizou com a mesma velocidade que o vírus. Assistimos a imensas transformações, nas vidas, nas profissões, nos hábitos… Ao escolher esta designação quis valorizar o lado positivo dessa viralização. No fundo, que esta mensagem de igualdade também viralize», explana.

Dalida confirma que podia criar e produzir malas de qualidade e com design, vendendo apenas como um produto comercial. Mas quis mais do que isso. «Na essência, ao criar malas que podem ser usadas por homens ou mulheres, quis transmitir os valores da igualdade, de que o mundo não se divide em dois lados pré-concebidos, respeitando a identidade de cada ser humano.»

A fundadora lembra que a Viral nasceu num contexto de dificuldade, por um lado, mas também de oportunidades. «Tinha há vários anos a vontade de lançar um projecto desta natureza, mas foi a passagem pelas empresas têxteis aquando da pandemia para encontrar respostas para aquisição de máscaras», aliado a um outro projecto que apoiou no âmbito da marroquinaria, que impulsionaram a vontade que estava a aguardar o melhor momento.

A colecção conta com quatro modelos – 100% em pele bovina – que se destinam a cada momento da vida: a Wild para o dia a dia de trabalho; a Doc para viajar ou para os fins de semana; e a Bô e a Bowie para sair a noite. Os preços estão entre os 650 e os 790 euros. A ideia é alargar a oferta de produtos, estando já em desenvolvimento dois modelos mais pequenos, miniaturas de dois modelos existentes.

O objectivo da fundadora é conquistar não apenas o mercado nacional mas também o internacional, não só na Europa, como também nos EUA e Ásia. «O mercado asiático é, sem dúvida, um enorme desafio e oportunidade. Estamos a estabelecer contactos, mas sem um prazo a pressionar», conta.

A fundadora da Viral acredita que a dimensão da mensagem, associada a um produto de qualidade farão a marca sobressair no mercado. «As malas são acessórios que distinguem e sobressaem. Uma mala que transmite uma mensagem tem uma particularidade que a distingue das demais. O não género, o design minimalista onde cada um se pode identificar, a vontade de exprimir os seus valores através o produto são características que julgo que a farão sobressair no mercado.»

Na génese da Viral está Dalida (47 anos), consultora de profissão, autodidacta, e que foi a pessoa responsável pela criação do projecto e desenho das malas. O seu filho, Samuel (17 anos), estudante nas escola Soares dos Reis, desenhou o logo. Clara (20 anos), estudante na universidade do Minho em línguas orientais, respondeu pela elaboração do conceito e Hugo (25 anos), sobrinho de Dalida, web designer que vive em Paris criou o site e acompanhou o projecto. Ou seja, um projecto familiar de coração e de causa.

Texto de Maria João Lima

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