O sabor amargo ou estranho de um café acabado de fazer nem sempre é culpa da máquina, mesmo quando se trata de uma marca topo de gama. De acordo com uma publicação do HuffPost o problema está muitas vezes no modo como usamos o moinho de café e não no equipamento em si.
Um dos erros mais comuns é moer o café demasiado fino. Quando os grãos são transformados num pó quase impercetível, a água quente tem dificuldade em atravessar o compacto de café no porta-filtro, o que leva à chamada sobre-extracção. Isso significa que, em vez de extrair apenas os compostos desejáveis, como óleos, açúcares e ácidos equilibrados, a água acaba por libertar substâncias que tornam o café excessivamente amargo, como os taninos. O resultado é uma bebida pesada, amarga e desequilibrada, mesmo que a máquina tenha custado centenas de euros.
A publicação explica ainda que fatores como a humidade e a temperatura ambiente também podem afetar negativamente o processo. Em dias mais húmidos, por exemplo, as partículas de café tendem a aglutinar-se, o que tem um efeito semelhante ao de uma moagem excessivamente fina. Além disso, com o tempo, as lâminas dos moinhos perdem o fio e, em vez de cortar os grãos, acabam por esmagá-los, produzindo um pó ainda mais fino, que intensifica o sabor amargo do café.
Para evitar este problema, recomenda-se uma abordagem prática: observar e tocar no café moído. A textura ideal deve assemelhar-se a areia fina, mas nunca a pó de talco. Se a moagem formar grumos ou parecer demasiado compacta, o resultado na chávena será, provavelmente, dececionante. A limpeza regular do moinho é igualmente fundamental, já que resíduos de óleos oxidados de cafés anteriores podem alterar negativamente o sabor do novo café.
A solução, segundo o HuffPost, passa por experimentar de forma contínua com o grau de moagem. Pequenas variações podem ser a diferença entre um espresso equilibrado e um verdadeiro “caldo de alcatrão”. Em suma, o segredo está na precisão e na atenção ao detalhe.














