Empresas de grande consumo com receitas de 2,9 milhões de milhões de euros

As 250 maiores empresas de produtos de grande consumo do mundo geraram receitas de aproximadamente 2,9 milhões de milhões de euros no ano fiscal de 2013 (que terminou em Junho de 2014), um crescimento de 5,6% face ao ano anterior, de acordo com um estudo da Deloitte.

No topo desta lista surge a Samsung, com cerca de 200 mil milhões de euros em receitas, seguida pela Apple e Nestlé, com 160 e 95 mil milhões de euros, respectivamente. Relativamente à marca sul-coreana, as suas receitas cresceram 13,7% em 2013, face aos 21,9% em 2012. Já as receitas da Apple,foram insuficientes para sustentar o crescimento de maisde 40% alcançado em cada um dos cinco anos anteriores. As receitas da empresa cresceram apenas 9,2% no período em análise.

Apesar de a economia global ter voltado a crescer a uma taxa mais lenta do que previsto, 3/4 das empresas que integram a lista registaram um crescimento das receitas, com metade (125) a revelar um rápido crescimento face ao ano fiscal anterior. «A queda dos preços do petróleo tem afectado consideravelmente a economia global, com o aumento das pressões desinflacionárias, especialmente nos mercados desenvolvidos, como os Estados Unidos, a Europa e o Japão. Por outro lado, está a impulsionar o poder de compra dos consumidores nas nações consumidoras de petróleo, como o Japão, a Índia e os Estados Unidos e em grande parte da Europa, e desta forma a acelerar o crescimento económico, mais do que seria até esperado», sublinha Ira Kalish, Chief Global Economist da Deloitte.

Apesar do crescimento, o estudo conclui que as empresas de produtos de grande consumo europeias continuaram a sentir dificuldades, tendo em conta a desaceleração do crescimento nos mercados internos mais frágeis, somando-se ainda o abrandamento nalguns mercados emergentes, particularmente da América Latina e África/Médio Oriente. As receitas cresceram apenas 1,2% nas empresas da região, abaixo dos 4% registados no ano fiscal de 2012. Segundo a Deloitte, tal deve-se ao facto de que, no geral, a recuperação registada em muitas economias do mundo continua a ser lenta e fraca.

O estudo da Deloitte destaca ainda o aumento progressivo de negócios de fusões e aquisições desde 2009. No período em análise, foram realizados pelas empresas de produtos de grande consumo 1.421 negócios. Com base nos números recolhidos até ao momento, o ano fiscal de 2014 irá alcançar ou ultrapassar o volume de negócios de 2013. «O crescimento orgânico continua a ser um desafio para muitas empresas de produtos de grande consumo. Como resultado, as empresas irão continuar a ver as aquisições estratégicas como um método eficaz e rápido para aumentarem a quota de mercado. A nossa previsão é a de que as empresas desta indústria continuem, nos próximos anos, a recorrer às aquisições e alienações para restruturar e reorganizar o seu portefólio de produtos no sentido de tornar as suas organizações mais ágeis e preparadas para responder às alterações das preferências dos consumidores», sublinha Luís Belo, responsável pela indústria de produtos de grande consumo da Deloitte Portugal.

A Deloitte demonstra também que os consumidores estão a falar muito menos com os especialistas de produtos ou serviços do que com os seus familiares, amigos e outros consumidores. Cerca de 60% dos consumidores afirma confiar tanto na família e amigos, como nas avaliações dos clientes, quando de trata de recolher informações sobre produtos e serviços, seguindo-se os especialistas independentes (43%), o website da loja/retalhista (16%) e os fabricantes (12%). «Os consumidores estão a virar as suas atenções para aqueles em que sentem que podem confiar e, tal como as estatísticas indicam, a confiança é um dos principais aspectos a determinar o comportamento de compra dos consumidores», afirma Luís Belo. «É, por isso, imperativo que os consumidores que partilham as suas informações recebam em troca, não só a certeza que os seus dados serão protegidos, mas algo mais valioso. Este é um dos maiores desafios que as empresas de bens de grande consumo enfrentam atualmente», conclui o responsável.

Artigos relacionados