Consumo de cerveja aumenta pela primeira vez em sete anos

APCV_rsNo ano passado, o sector cervejeiro inverteu a tendência de quebra do consumo interno que persistia desde 2006, registando um ligeiro crescimento de 0,2%, para 4,94 milhões de hectolitros consumidos, anunciou ontem a Associação Portugueses de Produtores de Cerveja (APCV).

A associação, que representa todas as empresas do sector, atribui a ligeira recuperação do mercado doméstico às boas condições atmosféricas no Verão passado, bem como à subida do consumo no lar, que terá representado cerca de 34% do total do consumo de cerveja, mais 1,5 pontos percentuais em relação a 2012. Já o canal Horeca (hotéis, restaurantes e cafés) terá tido um peso dos restantes 66%, segundo as estimativas da APCV.

O consumo per capita manteve-se inalterado nos 49 litros, ainda bastante abaixo da média europeia, que é superior a 70 litros por habitante.

No ano passado, as exportações caíram 22%, para 2,49 milhões de hectolitros, o que fica a dever-se sobretudo «às greves nos portos em Portugal e às dificuldades que o sector sentiu no primeiro semestre de 2013 relacionadas com o desalfandegamento no destino», que atrasaram a entrada da cerveja nacional em Angola, explicou João Abecassis, presidente da APCV e CEO da Unicer, na apresentação de resultados, que decorreu em Lisboa.

«Exportamos para Angola a preços mais elevados devido ao aumento das pautas aduaneiras», acrescentou o responsável, ressalvando que, apesar de este ser um mercado estratégico, as empresas cervejeiras portuguesas exportam para um total de cerca de 70 mercados em todo o mundo.

No período em análise, a produção de cerveja também caiu 8,9%, para 7,32 milhões de hectolitros, acompanhada por uma quebra de ordem semelhante na produção de malte. Em 2013, foi encerrada uma fábrica em Portugal, chegando-se ao final do ano com seis unidades de produção, mas «entre 2008 e 2013 surgiram mais de 20 microcervejeiras», sublinhou João Abecassis.

A APCV revelou ainda a sua nova campanha institucional, que conta com a assinatura “É natural, faz bem aos portugueses, faz bem a Portugal” e pretende clarificar o processo de produção da cerveja. A campanha, que conta com a assiantura da Bottom Line Ativism, arranca hoje em televisão (com um filme de 30”), imprensa e internet. Paulo Afonso e Pedro Batalha formaram a dupla criativa de uma campanha que contou ainda com produção da Sync.

Texto de Daniel Almeida

Veja aqui a campanha:

 

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