Num mundo empresarial em constante transformação, os dados sobre as remunerações dos principais CEOs mundiais em 2025 revelam mais do que simples salários: oferecem uma leitura clara sobre os sectores que continuam a concentrar poder, investimento e influência. A análise, divulgada pela plataforma Merca2.0, mostra que o consumo massificado, a alimentação e o retalho são os grandes motores da economia global atual e os que mais pagam aos seus líderes.
Brian Niccol (Starbucks) lidera, com mais de 43 mil euros por hora
A liderança do ranking pertence a Brian Niccol, CEO da cadeia de cafetarias Starbucks, cuja remuneração anual foi estimada em cerca de 46.058 dólares por hora, o equivalente a aproximadamente 43.750 euros/hora. Esta compensação astronómica destaca a valorização da marca no mercado de bebidas e restauração premium e o seu peso cultural e económico no panorama global.
Segundo os dados da Merca2.0, a Starbucks continua a capitalizar a lealdade dos seus clientes, com mais de 35 mil lojas espalhadas pelo mundo e um modelo de consumo que alia conveniência à experiência de marca. A retribuição de Niccol traduz o reconhecimento, por parte de Wall Street, do papel estratégico da empresa num sector em constante reinvenção.
Walmart e Gap: retalho tradicional ainda domina
Em segundo lugar na tabela está Doug McMillon, CEO da gigante Walmart, com uma remuneração horária estimada em 13.177 dólares, cerca de 12.500 euros. A cadeia americana mantém-se como referência no retalho alimentar e de conveniência, num ano marcado por elevados níveis de inflação e por um consumidor mais atento ao preço.
Segue-se Richard Dickson, CEO da Gap Inc., com 9.340 dólares/hora (aproximadamente 8.870 euros/hora). Este valor confirma que as marcas de moda com forte presença física e digital continuam a ter espaço num sector dominado pela disrupção digital e pelo crescimento acelerado da fast fashion.
Alimentação rápida, saúde e bem-estar animal em destaque
A lista dos 10 CEOs mais bem pagos de 2025, segundo a Merca2.0, é dominada por líderes de sectores ligados à alimentação e retalho especializado:
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Scott Boatwright (Chipotle) – 8.740€/hora
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Joel Anderson (Petco) – 8.340€/hora
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Christopher Kempczinski (McDonald’s) – 8.310€/hora
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David Joyner (CVS Health) – 8.130€/hora
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Fran Horowitz (Abercrombie & Fitch) – 7.780€/hora
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Barbara Rentler (Ross Stores) – 7.760€/hora
Estes dados reforçam a tendência de concentração de riqueza executiva nos sectores de alimentação rápida, retalho de moda e saúde, em detrimento das tecnológicas, que enfrentam atualmente maior pressão regulatória e desafios nos modelos de negócio.
Mais do que ordenados: um reflexo do mundo corporativo atual
Para além dos valores em si, a análise da Merca2.0 sublinha uma evolução significativa nas prioridades económicas globais. Numa altura em que as indústrias tecnológicas enfrentam barreiras legais e reputacionais, são os sectores de consumo essencial que continuam a gerar os maiores fluxos de capital e a garantir estabilidade aos investidores.














