Ao assinalar 25 anos, a Transfor renova o compromisso com a inovação tecnológica, a construção modular e o crescimento sustentável no sector.
Com uma oferta integrada que abrange diversas soluções e serviços, a Transfor tem consolidado a sua presença no mercado ao longo dos seus 25 anos de actividade. Em entrevista à Marketeer, Tiago Marto, fundador e CEO da Transfor, revela o plano ambicioso para o próximo ano, centrado no crescimento sustentável da empresa, no reforço da qualidade, aposta na inovação e expansão dos negócios.
Nesta celebração dos 25 anos da Transfor, qual o momento determinante que catapultou o crescimento da empresa?
Em 2007, a internacionalização para Angola marcou uma fase de expansão e crescimento, consolidando a empresa como um exemplo de sucesso e robustez, num período em que Portugal enfrentava uma crise económica acentuada.
A expansão do volume de negócios para outros mercados, como Angola, França e Reino Unido, permitiu investir na profissionalização e modernização da empresa, com o objectivo de alcançar novas metas de crescimento. Num segundo momento, o crescimento foi impulsionado pelo investimento em projectos de reorganização e transformação dos processos de gestão, especialmente quando surgiu a necessidade de crescer em Portugal, levando à mudança da sede da Transfor para Lisboa, facilitando o acesso a talentos e a projectos com maior relevância.
Como descreveria a evolução do core business da Transfor desde a sua fundação até ao presente?
No decorrer do desenvolvimento do negócio e crescimento da Transfor, a empresa foi ganhando maturidade e, por via de uma estratégia de especialização e complementaridade de áreas de negócio, fomos respondendo aos desafios com uma capacidade cada vez mais integrada, com respostas e soluções de valor diferenciado perante a procura do mercado e dos clientes.
A Transfor começou no ano 2000 na área do fit-out e remodelação, acabando por se deslocar na cadeia de valor para clientes de projectos de construção e engenharia. Mais tarde, investimos nas áreas da carpintaria e serralharia, consideradas áreas estratégicas para o sector da construção. Em 2022, criámos a Transfor Sustentabilidade, para responder à procura por soluções energéticas integradas em fase de definição e desenvolvimento de projecto. Investimos também, há cerca de três anos, na área de soluções modulares e off-site, alinhadas com a necessidade de industrializar a construção, respondendo aos desafios da escassez de mão-de-obra, e a procura por maior sustentabilidade e circularidade dos materiais.
De que forma o compromisso com a inovação tem vindo a reflectir-se nos vossos projectos?
Inovar, para nós, deixou de significar apenas adoptar novas ferramentas, significa garantir que cada investimento tecnológico, cada eficiência de processo, estão alinhados com os objectivos estratégicos da empresa, sustentados por processos coerentes, métricas e uma cultura de melhoria contínua. Essa visão reflectiu-se em várias iniciativas: no domínio operacional, a implementação de soluções digitais de planeamento e controlo de produção reforçou a ligação entre fábrica e obra, apoiando a estratégia de industrialização off-site.
Talvez o maior salto tenha sido cultural: a criação de uma estrutura de governance e capacitação digital que integra áreas operacionais e corporativas, define prioridades tecnológicas e democratiza o acesso à inovação.
A Transfor parece ter uma oferta bastante integrada: Construção & Design & Build, Indústria, Interiores e Sustentabilidade. Como se gere internamente a sinergia entre estas áreas?
Respondemos aos nossos clientes com uma proposta de valor integrada. Na verdade, para melhor integrar competências, focamo- nos diariamente na eficiência, na optimização e na complementaridade de soluções agregadas no momento certo do ciclo de vida de cada projecto.
Que papel têm os valores da Transfor (engenho, força colectiva, precisão, sustentabilidade, etc.) na cultura interna?
Os valores da Transfor são genuínos, são o que nos descreve profissionalmente e enquanto pessoas. A forma como nos relacionamos e actuamos é consistente e, por isso, transparece o que somos. A marca está associada a uma atitude arrojada, visão estratégica e uma ambição de qualidade e de parceria.
Em termos de sustentabilidade, que iniciativas são mais prioritárias para a Transfor nos próximos anos, tanto em projectos como nas operações internas?
Temos investido na nossa certificação de processos em Qualidade e Ambiente. Actualmente, seja por via da ISO 9001 (Qualidade) ou da ISO 14001 (Ambiente), todas as marcas da empresa guiam-se por um sistema integrado de gestão de qualidade e ambiente.
A aposta em soluções modulares e na industrialização está integrada na circularidade e sustentabilidade da operação. Essa é uma visão de futuro que acreditamos essencial para a sustentabilidade do nosso negócio. Além disso, a nossa frota e os nossos edifícios foram alvo de uma transição energética para um abastecimento de energia solar a 100%, garantindo uma operação mais eficiente e sustentável.
Que desafios têm sido mais complexos de superar nestes 25 anos (por exemplo: regulação, custos de matérias-primas, prazos, mão-de-obra especializada)?
O sector e o modelo de negócio são percepcionados como ineficientes. Uma empreitada assume um risco complexo e elevado, e cada vez mais desequilibrado, sendo o empreiteiro geral responsável pelo cumprimento de todas as regras e procedimento. O processo de gestão da empreitada leva-nos a uma posição de exposição total às dificuldades do sector, nomeadamente à dificuldade de atrair mão-de-obra para o sector. É necessário modernizar a prática do sector para aumentar o cumprimento e rigor, salientando a necessidade de maior organização de gestão e planeamento. Como resposta a todos estes desafios, a Transfor tem procurado a colaboração dos vários agentes, desde clientes, promotores, a entidades de fiscalização e concorrência, com o objectivo de desenvolver um sector mais unido e colaborativo.
A Transfor opera com um volume de negócios de mais de 100 M€ e cerca de 390 colaboradores. Quais são os planos de crescimento? Pretendem escalar ainda mais, ou existe uma aposta maior em profundidade/qualidade do que em dimensão?
A nossa estratégia de crescimento assenta num plano ambicioso, que está em curso, e prevê ultrapassar os 150 M€ em 2026. Estamos conscientes da necessidade de o fazer com sustentabilidade e especial enfoque na garantia de que não perdemos qualidade e eficiência.
Como principais pilares estratégicos, destacamos o desenvolvimento do mercado na região do Algarve, o foco no sector da hotelaria, e aposta na standardização e industrialização da construção, incluindo a transformação dos seus processos.
Como se posiciona a Transfor no contexto da concorrência nacional e europeia? O que diferencia a empresa no mercado?
Somos arrojados e inovadores, e suportamos a nossa actividade em processos de gestão tecnológica e de boas práticas. Esta atitude é essencial num sector que necessita efectivamente de investimento na convergência de modernização e afirmação pela sua qualidade, contribuindo para a economia portuguesa.
Qual é a estratégia de talento da Transfor? Como atraem, formam e retêm os melhores profissionais, especialmente num sector com tanta concorrência por competências técnicas?
A nossa estratégia de talento assenta em três pilares: atrair, desenvolver e reter (com foco claro na valorização humana e na excelência técnica). Sabemos que os desafios do sector vão continuar a exigir equipas ágeis, bem formadas e motivadas. Por isso, a gestão de talento é – e continuará a ser – um eixo central da nossa estratégia de negócio.
Que lições aprenderam ao longo do tempo e que consideram essenciais para empresas do vosso sector, especialmente aquelas que aspiram a dar saltos de crescimento sustentado?
A força motriz e estratégica das empresas deve ser coesa, com uma visão naturalmente partilhada e alinhada. A adequação dos perfis de liderança aos valores da empresa é inegociável, os líderes são peças-chave e importantes, e não devem descuidar a formação, a adequação de perfis e a exigência.
Também para isso é prioritário e essencial uma estrutura de gestão profissional e com as competências alinhadas, capaz de acompanhar o negócio e os seus desafios, e em particular o seu crescimento sustentável.
Olhando para os próximos 25 anos: quais são as grandes ambições e como imaginam a Transfor em 2050?
Queremos ser um grupo reconhecido pelo seu contributo para a modernização e transformação decisiva do sector da construção, com uma visão moderna, da qual a Transfor aborda uma mudança da lógica, sustentável, desempenhando um papel na sociedade, sublinhado pela robustez, ambição e crescimento. Pretendemos ser capazes de responder aos projectos do sector da construção, e de sermos reconhecidos pela atitude disruptiva, na vanguarda da eficiência.
Este artigo faz parte do Caderno Especial “Aniversário das marcas”, publicado na edição de Outubro (n.º 351) da Marketeer.














