A Cadbury, marca da gigante Mondelez, apelou ao Parlamento Europeu que permitisse um adiamento de 12 meses na implementação da nova lei europeia contra o desmatamento. A empresa afirma apoiar o Regulamento de Desmatamento da União Europeia (EUDR), mas alerta para os desafios práticos enfrentados pelo setor.
“É por isso que pedimos de forma respeitosa, transparente e responsável um atraso de 12 meses, não para diluir a ambição, mas para permitir uma implementação prática, inclusiva e eficaz”, afirmou Massimiliano Di Domenico, vice-presidente de assuntos corporativos e governamentais para a Europa na Mondelez, numa publicação no LinkedIn após discursar no Parlamento Europeu.
A legislação visa combater até 10% do desmatamento global ligado ao consumo europeu, exigindo que empresas e comerciantes que atuam com produtos como cacau, soja, carne bovina e café provem que suas cadeias de abastecimento estão livres de desmatamento, sob pena de sofrerem pesadas multas.
Apesar do apoio à proposta, Di Domenico destaca que o setor do cacau enfrenta “enorme pressão” por causa do aumento dos preços, da queda na produção e das deficiências de infraestrutura digital nos países de origem, o que pode comprometer a conformidade com os novos requisitos.
Grandes players do setor, como Nestlé, Mars Wrigley e Ferrero, também expressaram apoio ao EUDR, mas já tinham pedido orientações mais claras por parte da Comissão Europeia para viabilizar a adaptação às novas regras. A UE, por sua vez, adiou o início da aplicação da lei para dezembro de 2025 e reduziu parte das exigências de reporte após críticas da indústria e pressões de parceiros comerciais como Brasil e EUA.