Bulgari, Rolex e Cartier: russos investem em marcas de luxo para não perderem fortunas

Passada uma semana do início da guerra na Ucrânia, as sanções económicas sobre a Rússia levadas a cabo pela União Europeia, EUA, Austrália e Japão começam a fazer-se sentir no país invasor. Aquela que poderá impactar mais fortemente a economia russa é a expulsão do SWIFT, um sistema de comunicação que os bancos utilizam para realizar transacções transfronteiriças, mas enquanto o fluxo não é cortado definitivamente, os cidadãos mais ricos da Rússia apostam na compra de bens de luxo, de forma a que o seu património financeiro não se perca.

A Bulgari é uma das marcas que, nos últimos dias, tem registado um aumento significativo das vendas de relógios e joalharia. «Resumidamente, isto provavelmente impulsionou o negócio», refere Jean-Christophe Babin, CEO do Grupo Bulgari, em entrevista à Bloomberg, descrevendo a insígnia como um «investimento seguro».

Da mesma forma que o ouro, que pode servir de reserva de valor e como uma segurança contra a inflacção, também os bens de luxo funcionam assim – podendo até aumentar de preço em situações de guerra e conflito.

Embora marcas como a Apple, Nike, BP, Shell ou Exxon tenham parado as suas operações na Rússia, as marcas de luxo europeias continuam a tentar vender no país. Cartier, Omega e Rolex são algumas das empresas que não abdicaram do seu negócio e ainda disponibilizam jóias e relógios. «Estamos lá para o povo russo e não pelo mundo político», diz Jean-Christophe Babin. «Operamos em muitos países que passam por períodos de incerteza e tensão.»

Contudo, esta decisão parece estar a criar um problema de relações públicas, já que a sua permanência na Rússia pode vir a traduzir-se numa má imagem da marca junto do público. A revista Business of Fashion, apoiada pelo grupo LVMH, incentivou os retalhistas a suspenderem as vendas em território russo e a não venderem produtos online para o país: «A decisão demonstraria um compromisso para com uma forte posição moral», refere o editor Imran Amed.

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