Bangladesh, Turquia e China: o mapa oculto das fábricas que produzem para a Zara

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Marketeer
13/10/2025
20:55
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O sucesso global da Zara, marca emblemática do grupo Inditex, não se explica apenas pelo seu design, rapidez ou digitalização. Por trás de cada coleção está uma rede logística altamente eficiente, sustentada por milhares de fábricas distribuídas em várias regiões do mundo, sobretudo na Ásia, refere a merca20. Segundo dados do relatório Statista: Inditex 2025, Bangladesh, Turquia e China lideram a lista dos países onde grande parte da produção do grupo é confecionada.

Em 2024, mais de 60% da produção da Inditex concentrou-se na Ásia, onde operam 3.837 fábricas fornecedoras. Esta região é o principal pilar industrial do grupo, com Bangladesh, China e Turquia a assumirem um papel de destaque, avança a mesma fonte. Em contrapartida, a Europa fora da União Europeia alberga 1.302 fábricas, enquanto a UE conta com outras 1.012. África (441) e América (23) têm uma participação marginal na rede global de produção da empresa.

Estes números revelam um mapa estratégico de terceirização onde a rapidez, a eficiência de custos e a capacidade de adaptação são essenciais para o modelo de “moda rápida” que a Zara popularizou mundialmente, revela a merca20.

Estes três países oferecem vantagens competitivas únicas para os objetivos operacionais da Zara:

  • Bangladesh é um dos maiores centros têxteis do mundo. O baixo custo da mão de obra torna o país ideal para a produção em massa de peças básicas e de alta rotatividade.

  • China, apesar do aumento dos custos laborais, mantém uma infraestrutura industrial robusta, uma cadeia de abastecimento eficiente e capacidade tecnológica avançada.

  • Turquia funciona como uma ponte logística entre a Ásia e a Europa, facilitando entregas rápidas aos centros de distribuição europeus. A sua proximidade geográfica permite também uma resposta ágil à procura do mercado ocidental.

Este enfoque regionalizado permite à Inditex aplicar o seu modelo de “proximity sourcing” (produção próxima dos mercados principais), reduzindo os tempos de entrega e reagindo rapidamente às alterações da procura.

Embora a Inditex não seja proprietária direta destas fábricas, mantém protocolos rigorosos de auditoria, rastreabilidade e padrões laborais, no âmbito da sua política de sustentabilidade. A empresa exige que todas as fábricas cumpram o seu Código de Conduta para Fabricantes e Fornecedores, que abrange desde condições laborais dignas até o cumprimento das leis locais e internacionais.

Além disso, implementou um sistema de classificação dos fornecedores e realiza visitas constantes por equipas locais e internacionais. As auditorias analisam aspetos como:

  • Horas de trabalho e salários;

  • Segurança e higiene;

  • Uso de produtos químicos;

  • Práticas ambientais.

Contudo, organizações independentes têm alertado para riscos de subcontratação não regulada em alguns países asiáticos, obrigando marcas globais como a Zara a reforçar os seus mecanismos de supervisão e transparência.




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