As agências vão acabar? Não, mas “vão mudar ao ponto de deixarem de ser agências”, destaca Tiago Viegas

24ª ConferênciaNotícias
Lídia Belourico
15/05/2025
12:48
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Lídia Belourico
15/05/2025
12:48
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A 24ª Conferência da Marketeer, que decorre hoje no Sagres Campo Pequeno, em Lisboa, sob o tema “O futuro do Marketing e o Marketing do futuro”, reúne em palco vozes da área do marketing e das marcas para falar sobre as temáticas que mais influenciam atualmente o setor.

Bernardo Rodo, managing diretor da OMD Portugal, e Tiago Viegas, partner do The Hotel, falaram sobre “Futurizar o marketing nas agências” num debate moderado por Maria João Vieira Pinto, diretora de redação da Marketeer.

A moderadora começou por questionar até que ponto o algoritmo é importante e de que forma isso se interfere no trabalho dos protagonistas. Tiago Viegas assume que, na realidade, “já andamos a fazer tudo igual há uma série de tempo”, mas “as marcas ganham muito dinheiro com a consistência” e “a única coisa que a IA faz é isso, mas mais depressa e muito mais barato”.

Já Bernardo Rodo interroga sobre se as marcas precisam realmente de se diferenciar? “Eu acho que não. Estamos sempre a olhar para a árvore para fazer um jardim lindo, mas temos que olhar para a floresta”, apontou remetendo para o âmbito mais geral das marcas.

“Aquilo que nós fazemos, os marketeers e os criativos, é o mesmo, mas muito menos, trocando muito do trabalho por automação”, detalha Tiago Veiga. “A verdade é que automação traz, em média, melhores resultados do que a minha imaginação…”, apontou, destacando a IA como uma ferramenta importante.

No que respeita ao uso generalizado da IA, por exemplo, Bernardo Rodo diz ter a certeza de que já trocou e-mails “entre ChatGPT’s, e não tem mal nenhum”. Porque é que não tem mal? Porque “há uma intenção”, há uma escolha “das palavras certas, há uma intermediação necessária”, frisa. Contudo, “existe uma total ausência de intimidade. Há outro momento: o da automação sem intermediação, como é exemplo as agências de viagens”, acrescenta afirmando que estas podem fazer tudo sem qualquer tipo de intermediação.

Maria João Vieira Pinto pergunta sobre as agências de meios com Bernardo Rodo a responder que considera que vai ser igual, mas revela preocupação relativamente à intimidade. “31% das interações nos sistemas tecnológicos têm que ver com ‘Companhia'”, afirma.

A diretora da Marketeer coloca ainda a questão sobre que meios as marcas procuram e para onde os dois protagonistas mais a trabalham. “No nosso caso, é muito fácil”, responde Bernardo Rodo, acrescentando: “Vamos para meios onde haja o maior número de pessoas.”

Mas será que isto significa que as agências vão acabar? Tiago Veiga, responde que “uma grande parte” do seu trabalho “vai desaparecer em dois anos”, mas as agências não vão acabar. “As agências vão mudar ao ponto de deixarem de ser agências”, considera.

Esta edição tem como patrocinadores e parceiros o Católica Lisbon School, Continente, Delta Q, EDP, Escolha do Consumidor, Fidelidade, Gato Preto, L’Oréal, MOP, OMG, Recordati, Unilever, Vodafone, WYgroup, Sociedade Ponto Verde e Deloitte. E conta com o apoio da Capital MC, BDR, Sagres Campo Pequeno, Neurónio Criativo e Sapo.

Acompanhe aqui em direto a 24.ª Conferência Marketeer.

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