António Maçanita lança três vinhos fruto de castas perdidas

A recuperação de castas perdidas, abandonadas ou indesejadas, assim como técnicas desaparecidas, tem sido uma das marcas deixadas pelo enólogo António Maçanita. Numa combinação de ciência, história e busca de tradições, apresenta agora três novos vinhos madeirenses com origem em castas antigas da Ilha do Porto Santo.

No currículo, o enólogo conta com o primeiro vinho que se engarrafou da casta Negra Mole, no Algarve, o primeiro Branco de Talha, no Alentejo, e ainda castas únicas como Tinta Carvalha, Alicante Branco ou Trincadeira das Pratas, também no Alentejo.

Depois de recuperar as castas Terrantez do Pico e Arinto dos Açores, António Maçanita vira-se para a Ilha do Porto Santo, num desafio lançado pelo madeirense Nuno Faria, sócio do restaurante 100 Maneiras, que partilhou com o enólogo o encantamento pelas vinhas rasteiras de muros brancos do arquipélago.

Para produzir estes vinhos foi necessário convencer os produtores locais a avançar nesta aventura e foi o Sr. Cardina o primeiro a alinhar e a permitir que se utilizassem as uvas das suas vinhas com mais de 80 anos para a produção do primeiro vinho. As castas tradicionais da Ilha do Porto Santo são o Listrão, partilhado com as ilhas Canárias, onde é conhecida como “Listan Blanco”, e a Caracol, ainda de origem incerta.

Os três novos rótulos de António Maçanita (Listrão dos Profetas, Listrão dos Profetas – Vinho da Corda e Caracol dos Profetas) já foram apresentados e foi até criada uma nova empresa, a Companhia de Vinhos dos Profetas e dos Villões, para assinalar a aventura. O nome é uma alusão às alcunhas entre ilhas: Profetas é como os madeirenses chamam aos porto santenses e Villões (lê-se Vilhões) o que os habitantes de Porto Santo chamam aos madeirenses.

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