A revista Rolling Stone, uma das mais prestigiadas publicações musicais a nível mundial, voltou a agitar o universo da música com um novo ranking polémico: as 250 melhores canções do século XXI. E, como seria de esperar, nem todos concordam com as escolhas feitas.
Depois de ter publicado, no início do ano, a sua lista dos melhores álbuns do século, a Rolling Stone decidiu agora eleger os temas mais marcantes das últimas duas décadas. No topo da lista está uma escolha que apanhou muitos de surpresa: “Get Ur Freak On”, de Missy Elliott, lançada em 2001, foi coroada como a melhor canção do século XXI.
Embora o tema tenha sido um sucesso comercial nos EUA — tendo recebido dupla platina — o seu impacto na Europa foi mais modesto, com exceção do Reino Unido e dos Países Baixos, onde teve algum destaque. Em muitos países europeus, a canção nem sequer chegou ao top 15.
Apesar disso, a Rolling Stone defende a sua escolha com entusiasmo. Rob Sheffield, jornalista da revista, justificou a decisão dizendo que “é daquelas músicas que, ao ouvi-la, soam imediatamente a futuro”. Numa publicação em vídeo, o crítico acrescentou que o tema foi “um manifesto freak ininterrupto que fez com que o futuro musical parecesse infinito”.
Mas nas redes sociais, as reações foram imediatas e acesas. Comentários como “Quem fez esta lista? A pessoa com pior gosto musical do mundo?”, “É absolutamente dececionante”, ou “Isto só pode ser uma piada”, multiplicaram-se nas publicações da revista. Muitos questionam a validade de criar listas tão ambiciosas e, sobretudo, o critério utilizado.
Outros destaques do top 5
Logo a seguir ao tema de Missy Elliott, surge “Maps”, dos Yeah Yeah Yeahs, no segundo lugar. “Crazy in Love”, de Beyoncé e Jay-Z, ocupa o terceiro posto, seguida do icónico hino de estádios “Seven Nation Army” dos The White Stripes. Em quinto lugar está “All Too Well”, de Taylor Swift, uma canção de desamor que também dividiu opiniões.
No entanto, algumas das escolhas do ranking levantaram ainda mais polémica. O tema “Safaera”, de Bad Bunny, surge na 11.ª posição — apesar de ter sido alvo de um processo judicial por ter samplado a base original de “Get Ur Freak On” sem autorização de Missy Elliott nem do produtor Timbaland. De acordo com declarações públicas, os intérpretes de “Safaera” recebem agora apenas 1% dos royalties da música.
Ausências notórias e posições discutíveis
Além da escolha da canção vencedora, muitas críticas apontam para ausências notáveis no top 20 e para a ordem questionável das classificações. Por exemplo, Amy Winehouse surge apenas no 46.º lugar com “Back to Black”, enquanto temas como “Bad Romance”, de Lady Gaga, ou “Someone Like You”, de Adele, nem sequer chegaram ao top 15.
A representação espanhola também foi limitada. Apenas Rosalía, com o tema “Malamente” (no 77.º lugar), e a colaboração entre Alejandro Sanz e Shakira, “La Tortura” (no 56.º), foram incluídas na lista. Curiosamente, este é o único tema da artista colombiana presente no ranking.














