WWF aproveita rebranding da marca Jaguar para lembrar que o verdadeiro jaguar está em extinção

O rebranding da marca de luxo Jaguar tem dado que falar. A “nova era” faz parte de um plano estratégico para transformar a Jaguar numa marca de luxo exclusiva de carros elétricos, mas o certo é que a mudança visual – arriscada – gerou reações.

A abordagem incomum no que diz respeito ao rebranding, onde não é feita referência aos produtos que vendem, carros de luxo, deixou a Internet em frenesim com o CEO da Tesla, Elon Musk, a reagir e várias marcas a dar resposta à transformação visual através de novos logótipos fictícios.

Mas agora há uma nova campanha que se junta a esta onda de reações: o Fundo Mundial para a Natureza (WWF). Aproveitando o facto de a Jaguar ter optado por uma marca geométrica, que mistura letras maiúsculas e minúsculas para simbolizar sua mudança em direção a um futuro totalmente elétrico, a WWF Alemanha decidiu chamar a atenção para o declínio da espécie.

“Obrigado, Jaguar, por nos lembrar a todos, e especialmente ao Elon Musk, que há coisas mais importantes do que vender carros. Nomeadamente, a conservação das espécies. Nos últimos 50 anos, o jaguar perdeu mais da metade do seu habitat natural e, portanto, está parcialmente ameaçado”, alerta a organização deixando ainda um apelo por ajuda na proteção de espécies na Amazónia.


Na publicação feita nas redes sociais, a organização partilha uma imagem que retrata a evolução dos logótipos da marca de carros ao longo do tempo, com o design mais recente visivelmente substituído por um espaço em branco, assumindo que o jaguar, enquanto espécie, corre o risco de se extinguir completamente se nenhuma ação for tomada.

Além desta publicação, Garth Manthé, estrategista de marketing de Cape Town, criou ainda uma campanha fictícia para a WWF que coloca o foco sobre a preservação não só dos jaguares, mas de várias espécies ameaçadas no mundo.

A Jaguar começou a conversa. A WWF poderia terminá-la. A nova imagem da Jaguar gerou mais discussão sobre um logótipo do que o pangolim — o animal mais traficado do mundo. A vaquita, com menos de 10 indivíduos vivos, não se tornou tendência. Nem o panda-vermelho, o axolote ou o orangotango, mesmo enquanto se aproximam da extinção. E é exatamente esse o ponto”, escreve o estrategista no Linkedin.

Garth Manthé coloca ainda esta ideia em cima da mesa: “Imaginem usar o mesmo design minimalista — a fonte, a estética — para dar voz aos animais que estão a desaparecer em silêncio. Esta ideia não é da WWF — é minha. Mas ainda não é tarde demais para eles, ou para qualquer pessoa, torná-la real.”

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