Crayola produz 13 milhões de lápis de cera por dia

Durante os meses de Verão, a fábrica da Crayola produz, pelo menos, 13 milhões de lápis de cera por dia – mais de 8% do que no resto do ano – para preparar milhões de crianças para o regresso às aulas. «É a nossa Super Bowl», afirma o director executivo, Pete Ruggiero.

Quase metade das vendas anuais da Crayola ocorrem durante esta época, em grande parte através da Amazon.com, Target, Walmart e outros grandes retalhistas. Os lápis de cera e os lápis de cor da empresa são os mais vendidos, segundo o Euromonitor.

Fundada em Nova Iorque em 1885, a empresa, então conhecida como Binney & Smith, vendia inicialmente pigmentos vermelhos e pretos para tintas e pneus. Ao constatarem a falta de materiais para colorir acessíveis e adequados às crianças em idade escolar, os co-fundadores Edwin Binney e C. Harold Smith experimentaram fabricar giz e, mais tarde, lápis de cera.

Em 1903, começaram a vender os lápis de cera com o nome Crayola – baptizado pela mulher de Binney, Alice, uma professora – em caixas com preto, castanho, azul, violeta, vermelho, laranja, amarelo e verde.

«A cinco cêntimos cada, os pacotes foram um sucesso imediato nas escolas e nas crianças«, conta Megan Brandow-Faller, professora de História no Kingsborough Community College, em Brooklyn, Nova Iorque, especializada em arte e design. O lançamento da caixa de oito unidades foi um “momento decisivo” para a empresa.

Nas décadas que se seguiram, a Crayola introduziu outros produtos clássicos de lápis de cera, incluindo o pacote de 64 unidades com um afiador incorporado. Em 1984, a Hallmark Cards Inc. comprou a marca Crayola, juntamente com o resto da Binney & Smith, por cerca de 185 milhões de euros.

Os passos envolvidos no fabrico de um lápis de cera não mudaram muito desde essa altura, embora grande parte do processo seja agora automatizado. Mas a fábrica da Crayola, em Easton, não se parece com uma instalação industrial típica.

O equipamento metálico é polvilhado com pigmento brilhante. Na sala de estar do edifício de escritórios adjacente, os sofás, as paredes e o chão de linóleo estão cobertos de melancia selvagem, cravo rosa e outros tons característicos da Crayola. E o aroma a cera dos lápis de cera – que a Crayola patenteou recentemente na esperança de espalhar o cheiro pelos corredores dos retalhistas – impregna o espaço.