82% dos portugueses adia projectos pessoais por motivos financeiros

De acordo com a edição de 2012 do Barómetro Europeu do Observador Cetelem, Portugal é o país da Europa Ocidental onde mais se renuncia a projectos pessoais a curto prazo por motivos orçamentais. 82% dos portugueses adia os seus planos, contra uma média europeia ocidental de 79%.

O estudo, que analisa o impacto da crise financeira sobre as classes médias europeias, revela que Reino Unido (62%), Alemanha (63%) e França (71%) são os países da Europa Ocidental onde o adiamento de projectos a curto prazo tem menos impacto, devido ao “elevado poder de compra”.

Quanto aos motivos, 36% dos portugueses inquiridos respondeu que opta por adiar os seus projectos por prudência, devido à incerteza do contexto económico. Já 25% prefere utilizar o dinheiro para poupar e 21% opta por aguardar até encontrar mais barato.

«Estas opções da população portuguesa explicam-se facilmente se tivermos em conta que Portugal é um dos países europeus no centro da crise. Para além de ser ter sido bastante afectado pela recessão económica desde 2008, tem sido o alvo regular das agências de notação com ocorrência precoce de degradações, mesmo quando estava a implementar medidas de austeridade e a renovar o Governo», explica Diogo Lopes Pereira, director de Marketing do Cetelem.

No pódio das despesas a que a classe média europeia teve de renunciar nos últimos meses, encontram-se as férias e viagens (48%), os electrodomésticos e mobiliário (42%) e trabalhos de remodelação (34%).

O estudo teve por base inquéritos a 6500 europeus com mais de 18 anos de doze países (Alemanha, Espanha, França, Hungria, Itália, Polónia, Portugal, República Checa, Roménia, Reino Unido, Rússia e Eslováquia).

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